Uma reunião curta entre jogadores, comissão técnica e o presidente do Remo, Zeca Pirão, iniciou os preparativos para uma partida decisiva. No próximo dia 01/05, o Remo encara o Independente pelo jogo de volta da fase semifinal do segundo turno do Parazão 2014. O caráter decisivo da partida ganhou contornos ainda mais dramáticos diante da necessidade de o time azulino impor uma goleada, com placar igual ou superior a 3 gols de diferença, para descontar a vantagem obtida pelo Galo Elétrico no Navegantão.
O tamanho do desafio exige uma preparação física, técnica e tática. Além disso, o elenco se prepara psicologicamente para o confronto. A conversa, em tom de cobrança, durou quase 30 minutos e ocorreu nos vestiários do estádio Evandro Ameida, o Baenão. Um dos diretores de futebol azulino, Thiago Passos, deu entrevistas e comentou que a reunião teve um tom emotivo.
“Ouvimos dos jogadores que a partida será diferente. Eles terão garra e disposição e não jogaremos com passividade, como foi no último jogo”, admite Passos. Ainda de acordo com Thiago Passos, o dirigente azulino enfatizou que o elenco precisa jogar com extrema vontade, sob pena de não conseguir reverter a vantagem do adversário. “O presidente Zeca Pirão chegou a falar que prefere jogar com o Sub-20 do que com o time profissional sem garra”, disse.
O Clube do Remo, que paga a maior folha salarial do Campeonato Paraense, cerca de R$ 550 mil mensalmente, ainda não conseguiu convencer sua torcida. Tem alternado bons e maus momentos na competição. Após engatar uma sequência de três vitórias seguidas, a equipe, apática e aparentando estar desgastada fisicamente, tropeçou justo em um jogo decisivo. O Galo ganhou de 3 a 0 do Leão, deixando o clima tumultuado pelas bandas do estádio Baenão.
Zeca Pirão chegou a informar que, na hipótese de o time ser eliminado do returno, o prejuízo financeiro poderia gerar o não pagamento de salários dos atletas. Aliás, segundo o diretor de futebol do clube, Henrique Custódio, o prejuízo estimado caso a eliminação seja sacramentada pode chegar a R$ 1 milhão.
“A principal fonte de renda do Remo é a bilheteria de jogos e não se classificando as finas, vamos ter que ficar mais de 15 dias sem jogar. Mostramos a eles que isto representaria, principalmente se o Paysandu for à final, uma perda de cerca de R$ 1 milhão, que estamos contando para poder pagar os salários deles (jogadores e comissão técnica)”, contabilizou Custódio.
O Liberal, 24/04/2014