Remo 0x0 PSC (Thiago Potiguar e Ratinho)
Remo 0x0 PSC (Thiago Potiguar e Ratinho)

Emoção não faltou no Mangueirão, apenas gols. Remo e Paysandu fizeram um clássico digno para ser escrito na história, mas quem comemorou na noite deste domingo foram os alvicelestes, que estão classificados para a final da Copa Verde. Os azulinos, mesmo jogando todo o segundo tempo com um a menos, pressionaram, mas não conseguiram ultrapassar a muralha chamada Matheus, na meta do Paysandu. O empate em 0 a 0 favoreceu os bicolores, que venceram o jogo de ida por 1 a 0 na semana passada.

Agora, a equipe comandada por Mazola Júnior aguarda a outra semifinal da Copa Verde para saber quem enfrenta na final, Brasiliense (DF) ou Brasília (DF). As equipes do Distrito Federal se enfrentam na próxima quarta-feira, 26/03, sendo que o Jacaré venceu o primeiro jogo, fora de casa, por 2 a 0.

A partida começou eletrizante e com muita tensão. Foram muitas faltas, alguns cartões e lances polêmicos, que fizeram o árbitro Péricles Bassols trabalhar bastante. Logo aos 7 minutos aconteceu a primeira grande controvérsia do jogo. O volante Dadá entrou na área bicolor com perigo, o volante Augusto Recife chegou de carrinho, deu um gancho com as pernas e roubou a bola, mas também derrubou o jogador do Remo. Mesmo com muita reclamação dos azulinos pedindo o pênalti, Bassols mandou o lance seguir.

Pouco depois, aos 12′, o Paysandu perdeu uma de suas peças mais importantes: Bruninho, que voltou a sentir lesão, mas dessa vez na virilha, e não a na coxa que o afastou do time por cerca de duas semanas. Mazola Júnior teve então que colocar Vanderson, volante mais de marcação do que de saída de jogo, deixando o meio-campo alviceleste mais pesado e menos criativo.

Aos 17′, outro lance duvidoso, mas agora para o Paysandu. Após cruzamento da direita de Augusto Recife, Héverton tentou desviar para dentro do gol, mas foi derrubado. O árbitro carioca, mais uma vez, disse que não foi nada.

Já na segunda metade da etapa inicial, dois jogadores do Leão poderiam ter sido expulsos. Aos 28 minutos, Diogo Silva dividiu bola com Ricardo Capanema. Com o bicolor caído no chão na disputa, o lateral-direito azulino agrediu o rival com um chute na coxa, mas foi advertido apenas com um cartão amarelo. Ficou barato. Em outro lance de destempero de um azulino, aos 44′, Carlinho Rech deu uma cotovelada no rosto de Yago Pikachu, após dividida de bola no círculo central. Novamente, apenas o amarelinho.

Lances perigosos foram poucos. O Paysandu arriscou mais de fora da área, mas foi pouco eficiente nas finalizações. Já a melhor chance do Remo foi logo aos 5 minutos, em boa jogada individual de Thiago Potiguar pela direita, que cruzou rasteiro mas Leandro Cearense não chegou a tempo para empurrar para dentro do gol de Matheus. No geral, os remistas tiveram mais presença no ataque, mas não conseguiram abrir o placar.

Preocupado com os jogadores amarelados no primeiro tempo e precisando de maior eficiência ofensiva, Agnaldo de Jesus promoveu uma mudança no Remo durante o intervalo, que mexeu em toda a estrutura tática do time. Leandrão entrou no lugar do lateral-direito Diogo Silva, com atuação abaixo da média. Com isso, Levy passou a fazer a sua função de origem, no setor destro, enquanto o volante Dadá virou o lateral-esquerdo. Jhonnatan ficou com a função de segundo volante, Thiago Potiguar desceu para o meio de campo e a função de referência na área passou a ser dividida entre Leandro Cearense e Leandrão.

A medida não durou muito. Após 5 minutos, o volante Carlinho Rech foi imprudente em dividida com Djalma, o derrubando e ainda pisando no bicolor. Rech recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo, deixando o Leão com um a menos.

Apesar da inferioridade numérica, o Remo continuou pressionado o Paysandu e ditando o ritmo da partida, enquanto a equipe alviceleste explorava os contra-ataques na velocidade de Pikachu e Héverton. Perdendo os combates no meio-campo, Mazola colocou Billy no lugar de Augusto Recife, visando dar mais fôlego à marcação no meio de campo e também melhorar a saída de bola da equipe. Já no lado remista, Thiago Potiguar, que vinha fazendo boa partida, teve que deixar o gramado sentindo uma lesão na virilha e foi substituído por Zé Soares.

O Paysandu permaneceu acuado em campo, apenas se segurando dos ataques azulinos, que aconteciam principalmente em bolas paradas e cruzamentos. A equipe bicolor dependeu muitos dos lampejos do jovem atacante Leandro Carvalho, que entrou no lugar de Héverton e deu mais velocidade ao setor ofensivo. O time, porém, pecava bastante do último passe e desperdiçava contra-ataques.

Com muita emoção e em jogo aberto, Paysandu e Remo alternaram ataques, mas sem pontaria. No final, o time bicolor saiu de campo classificado por conta do primeiro jogo, já que neste domingo o Remo ditou a partida.

Globo Esporte.com, 23/03/2014