Remo 1x2 PSC (André)
Remo 1x2 PSC (André)

As coisas foram muito diferentes do que o Remo planejava no jogo contra o seu maior rival. Primeiro, a indecisão na marcação, depois, um erro de passe de Alex Ruan no ataque. Aí veio o contra-ataque do Paysandu. O zagueiro Rogélio, que havia feito um gol contra, desistiu da jogada e deixou o centroavante Lima completamente livre para dominar a bola com o peito e tocar na saída do goleiro Fabiano.

O lance descrito acima foi crucial para definir a primeira derrota azulina no Campeonato Paraense, por 2 a 1, diante do Paysandu, ontem à tarde, no Mangueirão, mas não foi o único momento do jogo em que o Remo vacilou. A primeira derrota do técnico Charles Guerreiro, após 16 partidas no comando da equipe azulina, se deu por uma série de erros.

O Leão Azul precisa urgentemente arrumar a marcação nos lados do campo e coordenar melhor as subidas de seus laterais. Quando Diogo Silva e Alex Ruan avançam ao ataque, a marcação nas costas de ambos tem ficado a cargo dos lentos zagueiros Rogélio e Max, que quando são superados por atacantes mais velozes acabam deixando a meta de Fabiano em sério perigo. Os dois laterais são muito fortes no apoio. O problema é que eles não podem subir ao mesmo tempo.

Esta fragilidade defensiva ficou ainda mais evidente no Re-Pa, porque o adversário soube explorar muito bem as laterais do campo e criou por ali suas melhores jogadas, especialmente no primeiro tempo e quase sempre nos contragolpes puxados por Djalma e Heverton, pela direita, e Airton e Heliton, pela esquerda.

Ontem, Charles Guerreiro também errou ao manter Athos ao lado de Eduardo Ramos. Após as quatro primeiras rodadas, já havia ficado evidente que o camisa 21 não havia se adaptado ao posicionamento mais recuado, com a dupla missão de armar e marcar, já que o camisa 33 é quem atua mais adiantado, na ligação com a dupla de ataque. Função esta sim que era desempenhada por Athos na Chapecoense (SC).

O treinador arrumou na volta do intervalo, lançando um 4-3-3 com Zé Soares pelo lado esquerdo, Leandrão pelo meio e Thiago Potiguar aberto pela direita. Foi o suficiente para diminuir, mas não o bastante para empatar ou virar.

O Remo, mais uma vez, abusou de perder gols. Foi castigado, como sempre. Impossível dizer que não merecia, pois além de sorte é preciso competência e qualidade. Faltou isso neste Re-Pa e nos jogos anteriores.

Em alguns momentos, o Paysandu teve total liberdade para tocar e criar. Foi assim no primeiro gol e em outros lances. Não adianta ter vontade em 45 minutos por jogo. Restam duas rodadas antes das semifinais e a classificação deve vir sem problemas. Porém, o espírito da equipe precisa mudar para a fase decisiva do primeiro turno.

Amazônia, 27/01/2014