Depois de ser dispensado pela diretoria azulina após a desclassificação na Copa do Brasil, Charles destacou que conquistou resultados importantes para o Leão Azul nesta temporada, mas ressaltou que desde o começo do seu trabalho à frente do elenco azulino teve sua contratação questionada pelo fato de ter brilhado como jogador do rival bicolor. “Surgi na divisão de base do Paysandu, mas não sou Paysandu, sou profissional”, observou.
Charles Guerreiro afirmou que a saída dele era questão de tempo, dada a pressão que sofria no clube, mas agradeceu o apoio que teve do presidente Zeca Pirão. Guerreiro disse que, apesar dos obstáculos no trabalho desenvolvido no Leão Azul, não leva mágoas de ninguém. O treinador interino do clube será o ex-jogador Agnaldo, que vinha atuando como auxiliar técnico de Charles Guerreiro.
Ainda ontem, em entrevista coletiva, Agnaldo disse que pretendia sair junto com Charles Guerreiro, que o convidou para atuar com ele no Clube do Remo, mas Charles pediu a Agnaldo, como o ex-volante azulino contou, para permanecer como treinador interino. Charles argumentou a liderança e o entrosamento de Agnaldo com os atletas azulinos nesse momento decisivo em duas competições – Copa Verde e Campeonato Paraense.
Na avaliação de Charles Guerreiro, a dispensa que sofreu ontem “faz parte do futebol”. Ele disse que o Clube do Remo vive um momento importante, para o qual contribuiu conquistando um título para a torcida, o que não ocorrera nos últimos anos. No caso, a Taça Cidade de Belém, correspondente ao primeiro turno do Parazão 2014, o que credencia o Leão Azul a disputar a Copa do Brasil 2015. “Estamos com 90% na Série D e disputando a semifinal da Copa Verde”, acrescentou Charles.
Ele agradeceu o empenho do presidente do clube que “comprou a briga” para que Charles atuasse como treinador do Remo. A pressão sempre foi muito grande sobre o treinador, como destacou Charles. Ele disse ter enfrentado um ambiente em que todo dia sabia de dirigente ligando para contratar treinador. “Se o problema do Remo sou eu, eu saio”, disse.
Charles observou que a pressão chegou ao limite e que fica triste em sair, mas confia no trabalho que foi feito em prol do clube.
Sobre o jogo com o Internacional (RS), Charles Guerreiro considerou um “acidente de percurso”, no momento de ascensão do Clube do Remo. Argumentou que os jogadores azulinos vinham de três jogos e estavam desgastados. Charles declarou que os últimos resultados do Remo na temporada contribuíram para dar dignidade à torcida.
Amazônia, 14/03/2014
