O torcedor que invadiu o gramado do Mangueirão e que serviu de estopim para toda pancadaria ao fim do Re-Pa de quarta-feira, 28/05, José Anísio de Oliveira Neto, conhecido por “Bodinho”, foi punido com a perda do direito de frequentar os jogos do Paysandu por um período de um ano. O torcedor ainda terá que pagar uma multa de 10 salários mínimos, cerca de R$ 7 mil.
A sentença foi dada pelo juiz Leonardo Pessoa Valença, do Juizado do Torcedor, que enquadrou “Bodinho” no artigo 41-B da Lei 1299/2010 (Estatuto do Torcedor) e terá que se apresentar ao Comando Geral da Polícia Militar – localizado na Travessa Dr. Freitas com a Avenida Almirante Barroso – com 2 horas de antecedência de cada partida do time bicolor no Estado nos próximos 12 meses e só será liberado 2 horas após o fim do jogo. Ainda no Mangueirão, ele foi sentenciado a pagar 10 salários mínimos.
Caso a medida não seja cumprida, “Bodinho” vai responder pelo crime de “promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos” (artigo 41-B). A pena prevista é reclusão de 1 a 2 anos.
Ao contrário do que foi comentado durante o dia de ontem, “Bodinho” não é oficialmente diretor no clube, mas sim colaborador do Paysandu e presença frequente nos treinos. Ontem à tarde, ele acompanhou parte do elenco que foi trabalhar no campo do Kaza, presente no ônibus alugado pelo clube.
Por mais que “Bodinho” tenha ido ao clube ontem normalmente, o presidente Vandick Lima afirmou que o Paysandu não compactua com o que aconteceu e estuda alguma punição administrativa.
“Acho que todo mundo que errar merece ser chamado e merece ser punido. Não vi como tudo começou, mas ele (“Bodinho”) invadiu o campo e está errado. A gente não vai querer passar a mão na cabeça de ninguém. Estava na minha cabine e fiquei lá, comemorando, feliz. O lugar de dirigente é só na hora de comemorar, porém o jogo estava rolando e tenho certeza que ele reconhece que não deveria ter invadido o campo”, disse.
“A gente lamenta que um jogão como esse tenha terminado de uma forma vexatória como foi, coisa que a gente está sempre pedindo para que não aconteça. Um jogo de seis gols. Quando a gente poderia estar falando dos gols, das defesas dos goleiros, mais vai se falar mais dessa confusão generalizada”, completou Vandick.
O advogado Alberto Maia também condenou a invasão, mas lembrou de onde partiram as primeiras agressões. “Sabemos que houve a invasão, mas ele é que foi agredido pelos jogadores do Remo. Na verdade, o Remo é quem iniciou as agressões. Se não tivesse sido a agressão, o torcedor teria sido detido e direcionado à delegacia, como aconteceu. O Paysandu entende que a culpa por tudo foi a agressão por parte dos jogadores do Remo”, observou o diretor jurídico bicolor.
O Liberal, 30/05/2014