Entre as cenas de pancadaria entre jogadores, diretoria e membros da comissão técnica de Remo e Paysandu, uma delas chamou a atenção. O centroavante Leandrão, de porte físico elevado, tem 1,89m e 90 quilos, imobilizou Rogerinho Gamelereira, auxiliar do treinador bicolor Mazola Júnior.
Apesar de todo o tumulto e ter se envolvido diretamente no episódio lamentável, Leandrão não perdeu a calma um dia após o ocorrido. Depois de rever os lances, várias vezes, pela televisão, o atacante defendeu a hipótese de que tentou evitar a onda de agressões entre os atletas.
“Até estava conversando, meu primeiro esporte é o futebol, pratico artes marciais há 12 anos, tenho aprendizado muito grande, apesar de não ter passado por isso, ontem foi a primeira vez que passei por isso, era um campo de batalha”, definiu.
Sem mudar o tom de voz, Leandrão, porém, esquentou o clima da coletiva, ao chamar alguns bicolores de covardes, entre eles, o experiente Vanderson que agrediu o goleiro remista, Fabiano.
“Aprendi a não ser covarde, da maneira que alguns jogadores do Paysandu. Se fosse covarde, te dou 100% de certeza: uns três ou quatro jogadores do Paysandu não estariam dentro do clube, estariam dentro do hospital. Fui bem tranquilo. Meu único problema foi com o Rogério, membro da comissão deles. Ele queria dar um soco no jogador da nossa equipe por trás e ia ser mais uma covardia, como foi o Vanderson, e só segurei ele. Só imobilizei ele, esperei a acalmar e soltei. Aprendi a não ser covarde e tive esse controle”, definiu.
A pequena exaltação, porém, foi uma exceção ao discurso politicamente correto do atacante. Ele tentou garantir que não haverá respingos de violência, da parte remista, nos próximos dois confrontos contra o Paysandu.
“Foi lamentável o que ocorreu. Infelizmente, aquele rapaz (José Anísio de Oliveira Neto, conhecido como “Bodinho”) gerou todo o tumulto. Se ele não tivesse entrado em campo, não teria problema, até porque o Paysandu comemorou da maneira certa, os jogadores correram para a torcida. Agora, é botar a cabeça no lugar. Temos dois jogos decisivos, são clássicos disputados. Futebol é paz, não pode ter violência”, enfatizou.
O Liberal, 30/05/2014