Quem nunca ouviu a expressão “time de índios” para definir time que ataca muito e se defende mal? Hoje, diante do Remo, o Kyikatejê será a negação da ideia de ofensividade atribuída a time de índios. Pelo menos, o técnico Vitor Jaime está armando o Kyikatejê para jogar com três zagueiros, seis homens no meio de campo e um no ataque.
Para furar a retranca do adversário, Charles Guerreiro muda a concepção tática do Remo. Troca o meia Athos pelo volante Dadá como forma de potencializar o jogo pelas alas. Jonathan vai ser o terceiro homem de marcação no meio de campo, como ponto de equilíbrio, dando suporte para o articulador Eduardo Ramos. Levy está entrando na direita, substituindo Diogo Silva, que está sob cuidados médicos, e Alex Ruan mantido na esquerda.
A proposta de Charles Guerreiro é coerente. Torna o time mais consistente na função defensiva e mais aberto nas ações ofensivas, mas a mudança tática não será suficiente se não houver mudança de atitude. Até agora o time remista está devendo suor. Ainda não mostrou sua alma. O Kyikatejê vai fazer o que lhe convém. Vai congestionar o meio de campo e tentar travar o jogo. Ao Remo caberá a missão de livrar das amarras do adversário, vencer e se reabilitar.
[colored_box color=”yellow”]Jhonnatan está voltando à função original. Era meia até a categoria sub-17, quando foi lançado por Artur Oliveira no time profissional, na Série C de 2008, contra o Progresso (RR), no Baenão. Na época era chamado de “Rogerinho”, por alguma semelhança com o meia também revelado pelo Leão e vendido ao Figueirense (SC).
Dadá, que vai estrear, está em nova versão. Agora é um volante que vai frequentemente ao ataque. Dadá volta ao futebol paraense depois de quatro temporadas no Sul, Sudeste e Nordeste e volta vestindo sua primeira camisa. O atleta é fruto da base azulina, embora tenha sido revelado pelo Ananindeua.[/colored_box]
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 29/01/2014