Definitivamente, o Clube do Remo vive dias tumultuados. Além de ter desperdiçado a oportunidade de se sagrar campeão estadual antecipadamente, no último minuto no jogo contra o Paysandu, há um confronto que se desenha entre os diretores do Leão e o treinador bicolor Mazola Júnior. No final de semana, surgiu uma informação de que os azulinos preparam uma espécie de dossiê para denunciar a influência de Mazola nos rumos do campeonato estadual.
O treinador do Clube do Remo, Roberto Fernandes, comentou rapidamente o assunto. “Vi pouca coisa, procuro não me envolver com isso aí, mas vi o que a diretoria tem em mãos e é nojento. É nojento! É você não saber separar e, sobretudo, colocar em xeque a credibilidade da sua profissão. Então, não vou adiantar nada”, enfatizou.
Nenhum diretor do clube quis adiantar o conteúdo do dossiê, negando pedidos insistentes de entrevistas. Via assessoria de imprensa do clube, o diretor de futebol, Thiago Passos, disse que iria se pronunciar durante o dia de hoje. Passos foi um dos diretores que entrou em conflito com Mazola, quando chegou a insinuar que o treinador do Paysandu era mal educado.
O presidente do Remo, Zeca Pirão, chegou ao ponto de chamar o rival de imbecil e também o responsabilizou por assassinatos entre membros de torcida organizada. “Estou responsabilizado o ‘seu’ Mazola, já avisei a todos, polícia, inclusive. Ele disse que o Remo tem que colocar o ‘rabo entre as pernas’, isso criou polêmica, a morte de torcedores do Clube do Remo tem responsabilidade dele. Ele não conhece Belém, não conhece o Paysandu, ele tem responsabilidade nestas mortes que estão acontecendo”, enfatizou Zeca Pirão. De acordo com a hipótese levantada por Pirão, Mazola incita uma rivalidade desnecessária entre os clubes.
Como de praxe, Mazola não deixou por menos, colocando em dúvida o currículo do gestor do Leão. “Estou tranquilo, sei que eles vão me processar também, mas minha ficha é limpa fiscal, criminal e cível, vamos ver se o outro lado também tem”, falou.
Ainda falando sobre a confusão após o último clássico, quando jogadores e diretores dos clubes promoveram uma confusão generalizada, Roberto Fernandes respondeu ao argumentado levantado por Mazola Júnior acerca da falta de ‘fair play’ ou jogo-limpo dos jogadores do Remo. “Não foi falta de ‘fair play’ do Remo. Se tivesse ocorrido o gol, como ocorreu, e a comemoração entre os jogadores, sem problema. O problema não começou com o Remo. Começou com a invasão de campo de pessoas não autorizadas. A primeira agressão que houve foi a invasão de um espaço não permitido”, retrucou.
O Liberal, 02/06/2014