No início de 2013, os membros que viriam a fundar a Assoremo ainda tinham como único lugar cativo no Baenão as arquibancadas. Foi dali que, alguns meses depois, um movimento expressivo e impactante ajudou a revirar a antiga estrutura administrativa do Remo. Junto a eles, o primeiro presidente da associação, Thiago Passos, foi guindado graças a força do presidente Zeca Pirão, ao cargo de diretor de futebol.
“Esse processo durou aproximadamente 3 anos. Nesse período, me preparei para estar no Remo. Iniciamos uma mobilização através dos sócios e conseguimos mostrar para a sociedade que era possível ter um caminho alternativo. Aglutinamos diversos seguimentos do clã remista até o momento de entrarmos em 2013”, havia dito, em entrevista, pouco antes de deixar o cargo.
“Foi um pouco conflitante. Até porque, como todo mundo sabe, o Remo sempre foi um clube tradicional e administrado por pessoas que estão há muitos anos”, completou.
Não bastasse o conflito interno, Thiago Passos precisou administrar sua nova condição de alvo, sentindo na pele o que tantos outros dirigentes sofreram. “A pressão é muito grande. Poucas pessoas sabem como me desgastei. Às vezes a gente fica chateado porque pessoas criticam sem fundamento. Sempre me coloquei na condição de extensão da torcida, mas muitos não sabem nem qual o papel de um diretor de futebol”, disse, encerrando a entrevista parecendo prever que seu futuro ali estaria com os dias contados.
“Não tenho essa vaidade. Estou de passagem e entrei para dar minha parcela de contribuição. Dezenas de outras pessoas também fazem isso. Estou de passagem e só quero ser lembrado como parte de um grupo de jovens que trabalhou e mudou o Remo”, encerrou.
Diário do Pará, 04/11/2014