Um carioca que não é marrento. Que louva a Deus assim que tem oportunidade. Foi desta forma que Rafael Paty, novo candidato a artilheiro do Clube do Remo, recebeu a reportagem para desmistificar a fama de “bad boy” que o persegue.
Autor de 24 gols na principal divisão do futebol paraense, considerando as temporadas 2012 e 2014, Paty disparou como o maior artilheiro recente do futebol paraense e, portanto, se credenciou a jogar em um clube do porte e da pressão do Remo. A julgar pelo bate-papo, a sua missão é uma só: fazer gols.
Para um centroavante, é melhor fazer gols do que simplesmente jogar bem?
Centroavante vive de gols. Seria demagogia, dizer que vim para o Remo para jogar bem? Quem tem que jogar bem é o pessoal do meio-campo, pessoal para trás. Tenho uma concepção: uma bolinha que sobra, tenho que colocar para dentro. Para isso, tenho que estar bem concentrado, com toda a humildade que tenho, não menosprezando ninguém. Trabalhando direitinho, você fazendo as coisas certas, não dar brecha. Sou desse tipo, que valoriza o trabalho.
Você conhece a fama de exigente da torcida do Remo?
Tenho certeza de que eles vão ajudar bastante na Série D, que é uma competição curta. Eles vão ajudar, atrapalhar jamais. Tenho certeza de que as coisas vão acontecer no final desta temporada e a nação azulina vai estar feliz da vida, como está neste momento. Pode ter certeza de que eles terão mais um integrante. Tenho que brigar pelo pão de cada dia e a segunda pele é o clube que estou jogando. Minha segunda pele, agora, é a camisa azulina.
A Série D é uma competição diferente. Você tem experiência nesta disputa?
Sabemos que, na primeira fase, joga todo mundo contra todo mundo. Tenho experiência. Ano passado, bati na trave para subir, estava no Mixto (MT). Não subimos por causa de uma conturbada situação entre Tupi (MG) e Aparecidense (GO), quando o massagista tirou o gol. Nós perdemos o embalo, acabou que empatamos em Cuiabá (MT). Em Juiz de Fora (MG), nós perdemos a vaga, o juiz expulsou quatro jogadores nossos. Perdemos por 3 a 2. São coisas típicas desta competição, precisamos estar ligados a tudo. Quando as coisas começam a bater muito perto na porta da gente, você pode abrir a porta que coisa boa estar por vir. Tenho certeza que chegou a minha vez e chegou a vez do Remo.
Foram alguns anos no futebol paraense e você confirmou que é artilheiro em clubes como Cametá e Santa Cruz de Cuiarana, mas o desafio no Remo é incomparável. Você tem essa noção?
Converso muito com amigos e familiares. Isso seria uma coroação do meu trabalho. Primeiramente, honrar o nome de Deus e não a mim. Meu dom vem dele. Vai ser a coroação de um trabalho árduo, realizado desde 2012, em cima de críticas construtivas e destrutivas. Uns falam bem, outros falam mal. Quem fala mal, queria estar perto da gente, porque não conhecem a gente.
Firmar-se em um clube que é campeão paraense é mais difícil?
Não. Para mim, é unir o útil ao agradável. O time é campeão paraense e fui o artilheiro da competição (marcou 13 gols pelo Santa Cruz). Ficou muito bacana essa junção. Estou feliz, otimista demais. Sereno e motivado para esta nova etapa da minha vida.
O Liberal, 15/06/2014