Apesar de movimentado, o clássico deste domingo entre Paysandu e Remo terminou como começou: 0 a 0, repetindo o mesmo placar do último confronto entre as duas equipes, pela Copa Verde, no mesmo estádio, o Mangueirão. Os comandados de Roberto Fernandes, que fazia sua estreia no comando azulino, não conseguiram furar o bloqueio bicolor, mesmo depois do maior volume de jogo no primeiro tempo. A etapa complementar foi de equilíbrio, com chances para iguais para ambas as equipes.
Com o resultado, o Paysandu só ratificou a liderança do Campeonato Paraense. São 11 pontos em 5 jogos e a classificação praticamente assegurada às semifinais. Já o Remo caiu uma posição e, agora, é o penúltimo com apenas 4 pontos, mas tem um jogo a menos.
Técnico novo. Meio-campo inédito. Logo na estreia, Roberto Fernandes começou com Ratinho e Eduardo Ramos na criação, mudança que refletiu positivamente, já que a equipe demonstrava muita disposição no começo da partida. O atacante Leandrão deu o cartão de visitas em um cabeceio, que Matheus foi obrigado a fazer boa defesa. Depois, o Remo apostou nos lances pelas laterais, principalmente com Alex Ruan e Levy, este, aparentando nervosismo e acabou levando um “puxão de orelhas” do comandante.
Os bicolores, por outro lado, estavam mais calmos, cadenciados e estudavam o adversário. Parecia uma estratégia para cansá-los ao longo dos 45 minutos iniciais. Apesar do meio volume de jogo dos remistas, a equipe celeste não encontrava problema para se defender e tinha em Charles a segurança absoluta no setor defensivo. As poucas investidas bicolores passavam por Heverton e pela direita, com Yago Pikachu.
A reta final da etapa complementar caiu em rendimento. O Leão aparentava um pouco de cansaço e o Paysandu não esboçava qualquer reação para mudar o cenário, razões que fizeram com que o placar permanecesse inalterado.
Depois do primeiro tempo sossegado, Mazola Junior voltou para a etapa complementar e logo fez a primeira mudança. Colocou um estreante no clássico, Marcos Paraná, no lugar de Heverton, certamente, com o objetivo de dar mais movimentação ao setor de criação. A alteração surtiu efeito. Ele conseguiu equilibrar e o time estava mais aceso em campo, além de contar com a ajuda da torcida, em maior número na arquibancada.
O “lá e cá” perdurava. O Remo também não se dava por vencido e trocava passes conscientes. Mazola e Roberto Fernandes, então, colocaram suas armas no mesmo minuto. Jô, autor de 3 gols em 4 jogos, e Zé Soares, homem do segundo tempo azulino, entraram com a finalidade de trabalhar a velocidade, qualidade peculiar da dupla. A diferença é que o técnico bicolor colocou o atacante na vaga de um volante em mais uma clara tentativa de buscar o resultado.
Depois dos 30 minutos, a partida ganhou em emoção. Jhonnatan, pelo lado do Remo, desperdiçou uma bela oportunidade ao chutar por cima em um rebote de Matheus. Lima teve a “bola do jogo” depois de uma cobrança de escanteio. Ele não conseguiu o domínio, mesmo sozinho. Foi desta forma que terminou mais um clássico Re Pa.
Globo Esporte.com, 30/03/2014