Um dos grandes alvos do protesto encabeçado pelo grupo de torcedores que exigia a saída do então técnico Charles Guerreiro, o atacante Leandrão, também lembrado através de faixas e cartazes levados da sede social ao Baenão, foi chamado para uma longa conversa com o treinador Agnaldo de Jesus, onde foram expostos alguns motivos que explicam a revolta do torcedor.
Leandrão foi contratado com um dos maiores salários do elenco, mas por enquanto marcou apenas 2 gols, média insignificante para um jogador de área, com rodagem internacional.
“Conversei com ele. Mostrei a pressão e a cobrança que ele está sofrendo, com toda transparência, como de meu costume. Falei que contava com ele e que o grupo confiava muito no futebol que conhecemos”, revelou o técnico remista.
Contra o Internacional (RS), Leandrão deixou o gramado debaixo de muitas vaias e foi substituído por Val Barreto, autor do único gol remista. Depois da partida, o atleta confessou que sentiu vontade de deixar o clube, pois a pressão do torcedor já o incomodava. No entanto, aconselhado pela família e companheiros de grupo, incluindo o próprio Agnaldo, resolveu confiar na volta por cima, que pode começar a partir de agora, com nova adaptação tática exigida pelo técnico.
“Para mim, é muito fácil pegar e tirá-lo do time, mas não. Estou confiando nele. Não quero mais que ele venha dar bote nos volantes. Ele vai ficar plantado, jogando de bico de área para bico de área, para que possamos ter uma referência quando essa bola sair do fundo”, ordenou o técnico.
Diário do Pará, 15/03/2014