Arastado, com pouco público e, o pior, sem gol algum. O cenário de uma manhã ensolarada de domingo, no estádio Evandro Almeida, o Baenão, não poderia ser pior para os amantes do futebol que resolveram prestigiar o amistoso entre Clube do Remo e Tuna Luso.
Se os azulinos argumentaram, com alguma razão, de que o resultado é o que menos importa, por outro lado, há algo com o que se preocupar. Como era previsível, o Remo tem um problema sério para resolver: a falta de um jogador capaz de ditar o ritmo e se transformar em uma espécie de vida inteligente do setor de meio-campo azulino. Foi a principal lição extraída do jogo treino.
Sem o camisa 10, o time de Roberto Fernandes se arrastou. Guardada as devidas proporções, o cenário era semelhante ao da Seleção Brasileira, quando o zagueiro David Luiz tenta um lançamento, à base do chutão, para os homens de frente. No caso do Remo, geralmente, a responsabilidade de fazer a ligação direta recaiu sobre os pés do zagueiro e capitão Max. A tendência é a jogada não gerar resultado algum.
Com o campeão paraense dando mole, os tunantes foram para cima. Antes dos 5 minutos, eles já reclamavam de pênalti em cima de Kalindi. Ângelo teve a sua chance, ao abrir espaço, mas chutar por cima a bola. Na sequência, Ângelo chutou cruzado para a defesa de Maycki Douglas. Ninguém aproveitou o rebote. O que os lances têm em comum? O erro na saída de bola dos remistas, proporcionados pelo lateral-direito Levy e pelo volante Dadá.
A atuação do Leão já era sofrível e só melhorou por volta de 20 minutos. Foi quando os remistas conseguiram fazer o que pedia, até asperamente, o treinador Roberto Fernandes. O técnico pedia a posse de bola com os volantes, responsáveis pelo passe mais elaborado a Alex Ruan e Reis, a dupla de armadores. A troca de passes entre Alex Ruan e o lateral-esquerdo Rodrigo Fernandes até saiu. Rodrigo, no entanto, errou o cruzamento.
Aos 25′, Schmöller começou a convencer a torcida e a crítica especializada. Além de se posicionar como um marcador, ele passou a fazer a função de homem de ligação. Mais próximo à área tunante, Schmöller testou de longe e o goleiro Diego espalmou para frente.
Após um intervalo para hidratação, Roberto pediu, aos gritos, para a equipe adiantar a marcação. A essa altura, Alex Ruan já estava ligado no jogo, ao contrário do meia Reis. Em um contra-ataque veloz, Schmöller lançou Rony dentro da grande área. O garoto lutou com o goleiro e ganhou, dando um passe na medida para Leandro Cearense, mas o atacante se enrolou com a bola e não faz um gol que parecia certo.
A Lusa respondeu com Manoel. Após um novo erro na saída de bola de Dadá, Manoel acabou driblando o goleiro e dando um passe preciso para Kalindi. O luso cabeceou, mas Max tirou em cima da linha.
No segundo tempo, o Remo já estava com o time B, mas Manoel continuou aprontando das suas. Os cruzmaltinos se ressentiram de um homem-gol. A melhor chance da etapa final, no entanto, foi do Leão. Rafael Paty foi esperto e ganhou uma bola do goleiro Diego, passando para Jhonnatan, que jogou improvisado como lateral-direito. O cruzamento encontrou Jardel que, precipitado, não fez o gol.
A partir dos 10 minutos, o time da Tuna caiu fisicamente e foi encurralado. O azulino Robinho conseguiu contribuir, posicionando-se como um meia-armador e impondo velocidade ao jogo. O centroavante Rafael Paty teve oportunidade, mas bateu fraco, nas mãos do goleiro.
Buscando a vitória, o Leão ficou exposto aos contra-ataques. O cruzmaltino Yuri perdeu chance clara. No último lance da partida, Elielson resolveu testar o reflexo do goleiro Fabiano. Elilson chutou da intermediária, porém, Fabiano evitou um gol certo.
O Liberal, 07/07/2014