O Remo entrou tranquilo no lamacento gramado do Mangueirão para enfrentar o Cametá e decidir quem iria disputar a final do primeiro turno com o Paysandu. A equipe da capital jogava por dois resultados equivalentes e já havia feito 2 a 0 na casa do adversário. Pouca gente tinha dúvida de que o Leão se classificaria e o Fenômeno Azul deu mostras de confiança total lotando o Mangueirão.
A eficiência do Remo se fez presente na tarde de ontem. Diante das oportunidades, a equipe comandada pelo técnico Charles Guerreiro superou o gramado encharcado do estádio e liquidou a semifinal diante do Cametá. Explorando os contra-ataques, os azulinos golearam por 4 a 1 e garantiram a classificação para a decisão da Taça Cidade de Belém – o primeiro turno do Campeonato Paraense. Foi a mesma receita utilizada na vitória por 2 a 0, no jogo de ida, quinta-feira passada, no Parque do Bacurau.
Porém, o Remo do primeiro tempo foi muito mal. É difícil mesmo apontar um jogador que tenha se destacado. Além de ter sofrido com a pressão exercida pelo Mapará desde os primeiros movimentos (o time do interior chegava com até seis jogadores ao ataque e quase abriu o placar no primeiro minuto de jogo), a criação da equipe azulina também teve muitas dificuldades.
Eduardo Ramos, muito marcado e em etapa pouco inspirada, errou muitas enfiadas e perdeu bolas em excesso. Thiago Potiguar e Zé Soares, apesar da velocidade e da disposição, foram igualmente improdutivos. Com isso, Leandrão pouco foi acionado e ainda sofreu com os cruzamentos descalibrados dos laterais Diogo Silva e Alex Ruan.
Em relação a jogadas perigosas azulinas, só houve uma. Aos 30 minutos, Thiago Potiguar fugiu em velocidade pela esquerda e cruzou para a área. Jhonnatan, desequilibrado, testou fraco e o goleiro Alencar Baú pegou com tranquilidade. O primeiro gol acabou saindo nos acréscimos, em um golpe de sorte de Zé Soares, que invadiu a área pela direita e cruzou errado. A bola desviou na zaga e foi parar no fundo da rede: Leão 1 a 0.
Na etapa final, sem alternativa, o técnico Adonaldo Viana fez uma alteração para tentar tirar seu time do buraco. Abriu espaços e colocou o time mais à frente, em um ousado 4-3-3, após a entrada do atacante Júnior Frutuoso no posto do volante Frank. O ímpeto ofensivo do time cametaense esbarrou em sua qualidade técnica. Criou oportunidades, mas não as soube aproveitar. Fabiano, bem colocado, tirou o perigo. Do outro lado, o Leão Azul cadenciou o jogo e apostou nos contra-ataques para chegar à frente.
Em uma saída rápida, Thiago Potiguar apareceu à frente, driblou seu marcador e cruzou para o cabeceio de Leandrão. O goleiro Alencar Baú fez grande defesa, mandando para escanteio. Após a cobrança, Potiguar insistiu na mesma jogada e, dessa vez, acertou a cabeça de Rogélio, que não perdoou. Na sequência, o Mapará esboçou uma reação ao marcar e diminuir a diferença no placar com o atacante Jailson. No entanto, em dois contra-ataques, o Leão Azul decretou o resultado.
Aos 25′, Ratinho escapou pela esquerda e acabou derrubado por Gil Cametá. O árbitro marcou pênalti na jogada, que Eduardo Ramos converteu com categoria. O quarto gol também surgiu a partir dos pés do “camisa 33”. Aos 42′, Ramos acertou um lançamento açucarado para o meia Athos, que ganhou na corrida de Gil e bateu na saída de Alencar Baú. Com 4 a 1 no placar (6 a 1 no agregado), a torcida, extasiada, agora espera o Re-Pa.
Amazônia, 10/02/2014
