Com dificuldades para dar ritmo à equipe, o treinador do Remo, Roberto Fernandes, reuniu-se com os jogadores e estava visivelmente insatisfeito, ontem (14/07) pela manhã, no gramado do estádio Evandro Almeida, o Baenão. Gesticulou acintosamente. De acordo com alguns interlocutores, Fernandes reclamava da falta de “pegada”, comparando o time ao que foi campeão paraense da temporada.
“O que vi foi o que todo torcedor viu, que a equipe está distante daquela que terminou o Campeonato Estadual. A gente sabe que naquele momento o lado psicológico era forte, o nível de concentração em todos os aspectos estava voltado para as finais. Agora deu uma parada, um relaxamento e talvez, entre aspas, o time tenha voltado ao normal, mas esse normal está bem insuficiente para aquilo que nós queremos”, disparou Fernandes, pouco depois do amistoso contra o selecionado de Bragança.
Neste período de preparação à Série D, o time principal do Remo fez dois amistosos, com um empate e uma vitória. Apenas dois gols a favor, feitos contra um time amador de Bragança. Contra a Tuna, a equipe foi até surpreendida e, por pouco, não acabou derrotada.
A preocupação da comissão técnica também se estende ao grupo. O meia-atacante Robinho, que foi titular no último jogo treino, tendo marcado um dos gols azulinos, em Bragança, foi sincero. Até o primeiro gol de Robinho com a camisa azul-marinho foi eclipsado pela atuação irregular.
“Fazer o gol é super importante, é bom, é diferente. Quero continuar fazendo gols na estreia (da Série D) também, mas faltou muita coisa. Erramos bastante. Devíamos trabalhar mais a bola, de uma maneira mais rápida”, enfatizou.
Sobre o tom de cobranças por parte do treinador, Robinho admitiu que o clima não é favorável. “É o espírito do Roberto, ele cobra bastante. É importante errar menos para que a gente possa fazer grandes jogos. O Roberto tem batido nesta tecla. A equipe mudou pouco, só dois jogadores que estavam na equipe titular saíram e a equipe parece que sentiu um pouco, mas tenho certeza de que na estreia dará tudo certo”, amenizou.
Da campeã do mundo, a Alemanha, algoz da Seleção Brasileira, Robinho tirou uma lição a ser implantada urgentemente. “Temos treinado bastante para ter a posse de bola. Você viu a Copa do Mundo, viu a equipe da Alemanha e sabe que é importante ter a posse de bola”. Ele crê que a equipe remista crescerá nos jogos oficiais. “A estreia é diferente. Em competição é diferente. Tenho certeza de que o espírito será de raça”, finalizou.
O Liberal, 15/07/2014