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Proibida nos estádios há seis anos, a cerveja está sendo liberada aos poucos. As investidas pela liberação da venda de bebida alcoólica nos estádios ganharam força a partir da Lei Geral da Copa, de junho de 2012. Uma vitória da Fifa, que obteve liberação para o comércio de cerveja na Copa do Mundo para atender o interesse da patrocinadora Budweiser.

Esta semana, a Assembléia Legislativa da Bahia aprovou a liberação de bebidas alcoólicas nos estádios baianos, faltando agora a sanção do governador Jaques Wagner. Pela lei, o consumidor teria que apresentar documento de identidade a cada compra. Dá para acreditar? A Arena Fonte Nova depende dessa lei para um contrato de 10 anos e R$ 100 milhões pela exclusividade à cerveja Itaipava.

A proibição se estabeleceu em 2008, quando o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União garantiu o compromisso formal da CBF na questão. A partir da proibição, surgiram estatísticas mostrando a redução de ocorrências policiais nos eventos de futebol. O caso mais expressivo é o de Pernambuco, onde a redução chegou a 74% em 2010.

Em Belém também há injunções pela liberação, mas timidamente. A parceria do Remo com a Ambev coloca o interesse de uma multinacional na liberação de bebida alcoólica nos estádios paraenses, embora não haja registro de qualquer medida nesse sentido. O fato é que o consumo de cerveja nos estádios tornou-se um hábito atrelado à cultura futebolística, com consequente elevação das ocorrências policiais, conforme as estatísticas.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 31/01/2014