A condição de estreante no cargo de dirigente de futebol não impediu que o Diretor de Futebol remista Thiago Passos ficasse imune à enxurrada de cobranças. Um dos responsáveis diretos pela montagem do plantel deste ano, o diretor fez um balanço das mudanças surtidas no clube e sobre as acusações que sofreu.
“Iniciamos um trabalho diante de um cenário inquestionavelmente crítico, pois naquele momento não havia dinheiro, não havia calendário e sobrava descrédito, uma vez que possuíamos o estigma de clube mau pagador. Mesmo com tantas adversidades fomos à luta. Assim, montamos um time que de cara agradou a todos ou praticamente todos”, disse, em seu discurso.
“Não me lembro de um único comentário negativo no mês de janeiro quando anunciamos os reforços. Fizemos pesquisas minuciosas, utilizamos o ‘scout’ e, como vocês puderam perceber, não trouxemos nenhum atleta lesionado e muito menos em fim de carreira”, acrescenta.
Ao lado de Emerson Dias, Passos trouxe bons valores, mas também atletas criticados, como Leandrão, Zé Soares e Eduardo Ramos. Todavia, Thiago segue o pronunciamento, onde exalta os feitos da temporada.
“Ganhamos o Estadual que há 5 anos não conseguíamos. Infelizmente, na Copa Verde, com erros de arbitragem, não conseguimos superar o rival e ficamos na semifinal, mas entramos na Série D pela porta da frente e, de cara, tivemos que administrar uma herança indigesta, pois a punição de 4 perdas de mando nos atrapalhou muito, não só financeira como tecnicamente”, admite.
Um dos principais desafios da geração de novos dirigentes do Leão Azul, sem dúvida, foi de lidar com as críticas. Não foram poucas. Thiago Passos, Emerson Dias, Henrique Custódio e o presidente Zeca Pirão precisaram preparar o espírito para a chuva de questionamentos, dúvidas e reprovações. Segundo ele, o pior foi a campanha contra lançada dentro do próprio clube.
“Nunca deixamos de reconhecer nossos erros, mas não podemos nos curvar a uma campanha ardilosa e mesquinha de pessoas que não têm moral e caráter para nos questionar. Em latente desespero com ascensão da torcida na administração do nosso clube, a oposição começou a plantar notícias, principalmente de supostos esquemas com jogadores. Nada provado”, desabafou Thiago.
Muito foi dito, boatos internos e externos, sobre a conduta do dirigente executivo, Emerson Dias, em respeito a ter algum tipo de vantagem nas contratações, fato este negado.
“Emerson e eu fomos a Justiça cobrar desses canalhas que comprovassem o alegado e diante da Lei todos negaram o que haviam dito. Sobre os contratos dos jogadores, tentaram transformar em verdade dizendo que o doutor André Cavalcante havia dito que os contratos estavam irregulares. Mentira! Ele nunca disse isso, muito pelo contrário”, finaliza.
Diário do Pará, 17/11/2014