No final de semana em que o Pará e o Brasil definiram seus novos governantes, a torcida do Clube do Remo continuava com os olhos para outra eleição. Não havia como ignorar. A festa pelo acesso à Série B conquistada pelo grande rival aumentou a indignação dos torcedores.
“Como é possível que no ano em que finalmente voltamos a ser campeões, montamos o elenco mais caro nos últimos anos e temos uma das melhores safras de nossa divisão de base, terminamos o ano lamentando eliminação, enquanto eles, que ignoraram a base, contrataram mal e foram goleados pela gente no Parazão, festejam acesso? Tem algo de muito errado acontecendo e não pode passar batido”, disparou o azulino Ricardo Gusmão.
Não são poucos os torcedores que, ao final da temporada, fazem uma avaliação bem crítica do desempenho do seu clube, especialmente após a frustração na Série D.
“Nossa base venceu tudo, mas os jogadores não foram aproveitados no time principal e perdemos as principais promessas de graça. Para quem interessou isso? O que significa dizer que ‘vai investir na base’? Nunca vencemos tanto na base, mas isso não rendeu nada para o time. O que pretendem fazer para isso mudar?”, questiona o torcedor Valter Moreira.
Aos 23 anos, ele pensa em se associar para poder participar mais da vida política do clube, com a intenção de ajudar a mudar os rumos do Leão. “Mesmo que não tivessem subido agora para Série B, nossos rivais ainda poderiam mandar seus jogos normalmente no estádio reformado deles. Já no Baenão a gente não pode jogar à noite porque não tem mais iluminação. Eles (bicolores) vão pra segunda eleição com voto direto; aqui ainda é novidade. Se não tiver oposição e cobrança, os dirigentes se acomodam, então tem que rolar essa disputa sadia”, afirmou Valter.
Diário do Pará, 27/10/2014