No primeiro encontro de uma empresa de fora (Pluri Consultoria) com a realidade local, ficou claro que há muito a ser feito. Foi interessante ver, por exemplo, a explanação do presidente Zeca Pirão sobre a condição do Sampaio Corrêa (MA), que há alguns anos estava praticamente falido e hoje disputa um lugar no topo da Série B. Pirão usou uma informação útil, mas ao mesmo tempo defasada no ponto de vista administrativo.
“Em reunião na CBF, o presidente Marin foi bem claro, na minha cara e do (vice-presidente da FPF, Maurício) Bororó: se não tivermos políticos em Brasília (DF) lutando a nosso favor, o Remo não engrena. É por isso que, em São Luiz (MA), o Sampaio tem vereador, prefeito, deputado, senador e governador que ajudam”, relatou.
A resposta do palestrante, no entanto, não foi muito amigável. “Esse modelo de gestão tem vida curta e depende do engajamento político. Os grandes clubes trabalham apenas com gestão profissional. É isso que garante ao clube o retorno, o crescimento e a estabilidade de sua marca”, rebateu Fernando Ferreira.
As palavras dele, reverberaram na mente do presidente, que confiou ao trabalho da consultoria a missão de deixar o Remo em um mesmo patamar, mas agora sem essa dependência política. “O Remo não pode continuar assim, precisa entrar na era moderna e profissional. Traremos pessoas comprometidas e executivos remunerados que vão trabalhar exclusivamente em prol do clube”, reafirma.
Da mesma forma, a chapa concorrente, “Remo rumo à modernidade”, prega essa ideia como carro-chefe de sua campanha. “Vamos trazer profissionais responsáveis que entendam das suas funções. Em todos os departamentos vamos ter gestores capacitados, para evitar que a abnegação seja recorrente e garantir assim que o clube seja tratado como uma empresa”, contrapõe Pedro Minowa.
Diário do Pará, 02/11/2014