Na última quarta-feira, 27/05, data da apresentação do reformulado elenco azulino, o que iniciou a preparação para a Série D do Campeonato Brasileiro, o experiente volante Chicão mostrou confiança no novo grupo que está sendo formado. No entanto, ele mesmo admitiu que, para parte da torcida, os nomes que vêm sendo apresentados talvez não se encaixassem no perfil esperado.
“Talvez não sejam, mas para um clube que quer se reestruturar, são pontuais”, disse o jogador, criado na base do Leão Azul. De fato, dos 7 novos contratados, apenas o goleiro Fernando Henrique, por conta de sua longínqua passagem pelo Fluminense (RJ), poderia ser apontado como “contratação de peso”.
O fato é que, das 5 equipes do Grupo A1, o Remo é quem está investindo mais para a competição nacional. Vilhena (RO), Náutico (RR) e o representante do Acre, ainda a definir, têm aspirações modestas compatíveis ao investimento que devem fazer. O Nacional (AM), apontado ao lado do time paraense como um dos favoritos a passar de fase, investiu bem mais que os outros, mas vem atrás do Leão.
Não que o time paraense esteja gastando o que pode e o que não pode, mas é que, diferente dos demais, é o único com expectativa de renda. Mesmo com 50% das arrecadações bloqueadas pela Justiça do Trabalho, o que for ganho nos jogos pode ser a tábua de salvação se a torcida mantiver a assiduidade ao estádio dos últimos anos.
Os novatos que já se apresentaram no Baenão são o goleiro Fernando Henrique, o volante Chicão, o zagueiro Henrique e os atacantes Aleílson e Welthon. O meia Juninho ficou de iniciar os treinamentos nesta segunda-feira (01/06). Já o centroavante Léo Paraíba virá só após o fim da participação do Princesa do Solimões (AM) no Campeonato Amazonense.
O diretor de futebol do clube, Cláudio Bernardo, afirmou que o elenco pode ainda ter mais caras novas, dependendo do que for analisado pelo técnico Cacaio na preparação que foi iniciada na semana passada.
“Hoje temos 25 atletas e o Cacaio vai fazer outras indicações, conforme o rendimento do time. Essas contratações podem ser até antes da estreia, mas ainda estamos observando o elenco, olhando outros atletas. Se trouxermos mais gente, vai ser preciso fazer dispensa. Até por que, se queremos reforços, é porque alguma posição está sem rendimento”, afirmou.
[colored_box color=”yellow”]Chicão
Dos novos contratados, Chicão é o único com quem a torcida tem certa intimidade. Pelo menos parte da torcida. Pelo fato de ser retraído e avesso aos holofotes e também por ter deixado o Baenão 10 anos atrás, algumas pessoas não lembravam que o jogador marabaense é cria do clube.
Depois de 4 anos no profissional do Remo, 3 deles seguidos e outro depois de uma breve saída, ele deixou Belém para ser titular e ganhar títulos e acessos em equipes como Fortaleza (CE), Ceará (CE), Vitória (BA), Santa Cruz (PE), Paraná (PR), entre outros. “Comecei aqui, rodei por vários centros, me consolidei no mundo da bola e agora estou de volta”, disse o meio-campista.[/colored_box]
Fernando Henrique
Campeão Brasileiro (2010) e da Copa do Brasil (2007) quando defendia o Fluminense (RJ), o goleiro Fernando Henrique vinha de 2 anos de irregularidades até o começo de 2015. A campanha pelo modesto Inter de Lages (SC) marcou sua primeira passagem por um clube que não tinha por trás uma massa torcedora, mas foi um recomeço e com ele veio o reconhecimento ao ser eleito o melhor goleiro do Campeonato Catarinense. A vida a Belém marca sua primeira experiência na Série D.
“É mais um desafio na minha carreira”, disse o jogador, que aposta em uma boa campanha em 2015. “Sempre fui vencedor em minha carreira e aqui não será diferente”, comentou.
Fernando Henrique foi contratado para substituir o principal líder do elenco e um dos ídolos da torcida, Fabiano, que já foi muita vezes cantado como herói pelos torcedores, mas que desde o ano passado passa por um processo de desconfiança por causa de algumas falhas.
[colored_box color=”yellow”]Henrique
No início do período de contratações do Remo para a Série D, era consenso que o clube precisaria de mais um zagueiro. Ezequias, do Independente, sempre teve o nome especulado. Experiente, o jogador fez quase toda a carreira na Europa e era dado como certo, mas a diretoria preferiu outro destaque da defesa durante o Parazão, o goiano Henrique, que defendeu o Parauapebas esse ano.
Aos 24 anos, o zagueiro é da base do Vila Nova (GO) e fez quase toda ainda curta carreira no futebol de seu Estado. A vinda ao Pebas, esse ano, foi sua primeira experiência fora das divisas goianas.[/colored_box]
Aleílson
Nos últimos anos, Aleílson deve ter sido o atacante local que mais se destacou no futebol paraense. No entanto, o jogador marabaense sempre é olhado com certa desconfiança porque esse desempenho sempre foi por equipes do interior.
Na primeira vez em que teve uma chance em um dos grandes da capital, no Paysandu, naufragou, assim como todos dentro da Curuzu, em 2013, quando a desorganização custou o rebaixamento. Agora, aos 30 anos, ele tem a chance de mostrar serviço em seu clube do coração.
[colored_box color=”yellow”]Welthon
O atacante Welthon Fiel Sampaio é paraense de Belém, mas tem poucas experiências na capital paraense. Em 2012, teve uma breve passagem pela Curuzu, mas ainda tinha idade Sub-20 e mal teve chances de ir no banco de reservas.
Ano passado, defendeu a Tuna Luso em alguns jogos da primeira fase do Parazão, mas foi na atual temporada, pelo novato Tapajós, que ele conseguiu destaque. Quase é transferido para o Braga (Portugal), onde foi fazer testes, mas acabou permanecendo no clube de Santarém por causa de problemas burocráticos.
Como Aleílson e Léo Paraíba foram contratados, Welthon aparece mais como uma opção, mas era assim também no início do ano no Boto e ele acabou sendo um dos principais homens de frente do Campeonato Paraense. A vantagem que tem é justamente da juventude, o mais veloz entre todos os atacantes do elenco, além de ter mostrado bom poder de finalização na competição estadual.[/colored_box]
Amazônia, 31/05/2015