Aleílson, Rafael Paty, Ratinho e Chicão
Aleílson, Rafael Paty, Ratinho e Chicão

Como bom estrategista, Cacaio decidiu ficar à espera dos movimentos do adversário para definir a formação do Remo para o confronto deste domingo (18/10). A princípio, deu a entender que repetiria a equipe e o sistema utilizado na vitória por 1 a 0, em Ponta Grossa (PR), sábado (10/10). Ao mesmo tempo, aproveitou os dois últimos coletivos para testar outras escalações e propostas de jogo. Na sexta-feira (16/10), o técnico azulino disse que treinou quatro alternativas de esquema para a decisão diante do Operário (PR).

Na prática, Cacaio esconde o jogo por precaução, pois sabe que ao “Fantasma” só resta uma alternativa: atacar em busca da vitória. Mesmo que dificilmente parta para uma tática agressiva, com 3 homens na frente, o campeão paranaense terá uma postura ofensiva, explorando o jogo aéreo – seu principal trunfo – e as jogadas pelas laterais em cima dos defensores azulinos.

É difícil que o 3-5-2 do primeiro jogo seja repetido por Cacaio no Mangueirão. A razão é simples: o Operário (PR) exibiu, como mandante, um limitado poder de fogo na meia-cancha, baseando sua ofensiva nos cruzamentos para o centro da área. Dois zagueiros de área são suficientes para combater tal recurso.

O paraense Rossi, melhor atacante do Operário (PR), ainda é dúvida para a partida, mas se entrar vai exigir que o time lance bolas para ele o tempo todo. É assim que ele e o time costumam jogar. Ao Remo, cabe manter a vigilância.

Além disso, Cacaio não deverá abrir mão da qualidade no meio-de-campo. Deixar Eduardo Ramos sozinho na articulação permitirá ao Operário (PR) a opção de marcar forte e atrapalhar o elo entre o meio e o ataque do Remo.

Com Ramos vigiado de perto, o ataque com dois jogadores (Rafael Paty e Aleílson ou Sílvio) sofrerá os efeitos do isolamento. Isso ocorreu no primeiro confronto, quando a equipe encontrou muitas dificuldades para desenvolver jogadas no meio-campo e o ataque praticamente não existiu.

Caso utilize o antigo 4-4-2, sistema ao qual o time está mais acostumado, pois atuou assim ao longo de toda a Série D, Cacaio tem Edicleber e Juninho como alternativas para estabelecer uma dupla de criação com Ramos e, no caso do primeiro, ter um terceiro atacante sempre disponível quando o time for à frente.

Outro aspecto a ser considerado é que o 3-5-2 exigirá muito dos alas Levy e Alex Ruan (ou Mateus Muller), que nem sempre conseguem funcionar bem como apoiadores. Sem alas produtivos, o peso fica desigual, com 5 homens atrás, mais 2 volantes e apenas 3 jogadores com funções ofensivas.

É um jogo de xadrez, mas parece improvável que Cacaio escale um time de feições tão conservadoras, sabendo das expectativas do torcedor e da pressão que o Mangueirão lotado certamente fará por uma postura mais afirmativa em casa.

[colored_box color=”yellow”]Com sangue nos olhos

Os comentários ofensivos e preconceituosos na TV e nas emissoras de rádio do Paraná, logo depois do primeiro jogo, deram a Cacaio os elementos necessários para atiçar os brios do elenco remista. Se já sobrava motivação pela campanha vitoriosa e a possibilidade do acesso há muito esperado, o tempero veio com as frases cortantes, algumas chulas e rasteiras, denegrindo o time do Remo e atacando parte da imprensa esportiva paraense.

As declarações do técnico na sexta-feira (16/10) deixaram entrever que comissão técnica e elenco, cuja sintonia é evidente, estão mais fechados do que nunca. Mais que isso: estão mordidos com os insultos proferidos pelos paranaenses. Há a firme preocupação em dar a resposta logo mais em campo. A conferir.[/colored_box]

Blog do Gerson Nogueira, 18/10/2015