Warian Santos (Ameixa)
Warian Santos (Ameixa)

O volante Warian Santos, mais conhecido como Ameixa, ainda não assinou contrato com o Corinthians (SP). A transação envolvendo ele, o Clube do Remo e o Timão deve ser fechada ainda nesta sexta-feira (24/07), conforme explicou o diretor de futebol remista, Sérgio Dias. Embora a notícia da transação tenha vazado somente agora, Dias vem negociando com o clube paulista há mais de 20 dias, segundo o próprio revelou.

Entretanto, diante das especulações sobre a assinatura do contrato, ele resolveu esclarecer a que ponto está a negociação. “Não foi assinado um contrato. O atleta passou dois dias fazendo exames e foi aprovado. A diretoria de futebol já comunicou para o administrativo do Parque São Jorge”, esclareceu. Segundo ele, que não quis revelar quanto foi lucrado na venda do atleta, ainda faltam alguns pontos a serem repassados.

“Eles nos pediram alguns documentos, como o Estatuto do Clube do Remo, ata da eleição do Manoel Ribeiro e documento da licença do Pedro Minowa. Já encaminhamos tudo e agora falta apenas a assinatura do contrato”, garantiu. O dirigente espera fechar o contrato ainda esta semana, para retornar à capital paraense, onde vai conceder entrevista coletiva no estádio Evandro Almeida.

“O pessoal do nosso Departamento Administrativo, em Belém, já remeteu por e-mail todos os documentos e devemos resolver tudo isso logo. Imediatamente retorno a Belém para resolver outros problemas do Clube do Remo”, termina.

[colored_box color=”yellow”]Negociação vai servir para pagar dívidas

Para os dirigentes do Remo, a venda de mais um atleta da base, a segunda apenas em 2015, representa um mal necessário: atolado em dívidas, a saída de jovens promessas, em meio a um elenco de jogadores medianos, representa a salvação financeira no caos que vive o clube.

Primeiro foi o atacante Rony, que deixou o Clube do Remo na final do Campeonato Paraense. Uma negociação muito mal explicada, rendeu aos cofres do clube “apenas” R$ 321 mil, dos R$ 500 mil divulgados oficialmente. Isso ainda porque o clube havia assinado um contrato com o atleta até 2017, com multa rescisória de R$ 2 milhões.

Já com Ameixa, comenta-se que as cifras envolvem algo em torno de R$ 450 mil. Somando os dois valores, chega-se a um número de R$ 771 mil, dinheiro que, atualmente, cobre 3 folhas salariais.

Entretanto, as dívidas trabalhistas na ordem dos R$ 10 milhões, colocam o Leão a todo momento na linha de tiro dos credores. Entram em cena as ameaças de leilões e outros processos que abatem de vez a combalida estrutura financeira do clube.

Como resultado, surgem os famigerados acordos financeiros. Compromissos quase unilaterais que os dirigentes precisam assumir, se não quiserem ver o patrimônio escorrer pelo ralo da crise. Nessas “parcerias”, cifras indecorosas precisam ser pagas religiosamente. Não o bastante, dirigentes desafiam a lei e não pagam, sabe-se lá por quais motivos.

Entram então os bloqueios de renda e patrocínio, que deixam o time sem receita. Com isso, os salários atrasam, a qualidade técnica do time despenca e a torcida, vendo os maus resultados, fica enfurecida e, quando tem a oportunidade, desconta a raiva em forma de objetos atirados no gramado, fechando assim o ciclo interminável da dor de cabeça remista.[/colored_box]

Diário do Pará, 24/07/2015