“Ele é artilheiro e goleador, Val Barreto é matador!”. Nos últimos 2 anos, esse grito da torcida era comum nos jogos do Remo. Seja como titular ou opção no banco de reservas, o atacante Val Barreto era uma espécie de talismã do time azulino. Porém, a história do artilheiro no Baenão chegou ao fim. O jogador confirmou que está deixando o Leão, mesmo que contra a sua vontade.
“Fiquei sabendo através da imprensa de que iria sair. Liguei para o Fred (Gomes, executvo de futebol) e ele disse que estavam discutindo a minha dispensa. Logo em seguida, me confirmou que o Remo não pretendia mais contar comigo. Não esperava, ninguém havia me comunicado e iria me reapresentar normalmente nesta quarta-feira (27/05) com o restante do elenco. Até tinha conversado com alguns jogadores que o grupo estava forte para a Série D, mas são situações que acontecem. Bola para frente, é levantar a cabeça e pensar no futuro”, declarou.
Val Barreto chegou ao Remo no final de 2012, junto com o técnico Flávio Araújo. No ano seguinte, deixou o clube ao final do Campeonato Paraense e teve uma rápida passagem pelo Cuiabá (MT), retornado em agosto. Conhecido pela força física, o sul-mato-grossense de 29 anos ficou conhecido pela raça e gols importantes, que em diversos momentos compensavam qualquer limitação técnica.
O atacante revelou que tem 3 meses de salários atrasados de um contrato passado e vínculo com o clube remista até o final do ano. Ele espera ser chamado para um acordo. Preterido por alguns técnicos que passaram pelo Leão, o “Valotelli” – apelido que ganhou em Belém por ter características físicas parecidas com o atacante Balotelli, do Liverpool (Inglaterra) -, agradeceu o apoio do torcedor e não se diz magoado pela sua saída, entretanto, pediu uma administração mais consciente da atual diretoria.
“Foi uma passagem muito boa e aprendi muita coisa, principalmente com a torcida. Confesso que não esperava isso, foi uma experiência incrível. No Remo, a torcida é diferente, honra o clube. Com todos os problemas nesse ano, foram eles que procuraram manter os salários dos jogadores em dia. Espero que daqui para frente as pessoas mudem o pensamento, o jeito de trabalhar no Remo, invistam mais no clube, façam as coisas certas, pois esse torcedor não merece passar por isso tudo que vem acontecendo nos últimos anos”, pediu.
“Estou tranquilo, sabendo que todas as coisas dependem da vontade de Deus. Muitos treinadores de fora do Estado, que não me conheciam, me deixaram de lado, até influenciando o meu psicológico e de alguns jogadores. Tentaram fazer isso comigo várias vezes, mas não baixei a cabeça. O ruim é que também acabam deixando de aproveitar os atletas da base, que merecem mais valorização”, concluiu.
Globo Esporte.com, 27/05/2015