Terminou nesta segunda-feira (15/06) a greve dos jogadores do Clube do Remo. Depois de 3 dias de paralisação, eles voltaram aos treinos. Aparentemente, estavam descontraídos, sem transparecer o clima difícil pela falta de salários dos últimos dias. O “parapeito” do grupo também estava em campo, o técnico Cacaio. Foram dele as últimas palavras para convencer o plantel a manter-se em atividade, algo semelhante com o ocorrido no Campeonato Paraense. A diferença é que, daquela vez, o movimento teve ressonância e os atrasados foram pagos, o que não aconteceu dessa vez.
Cacaio revelou que vem conversando com o elenco para que as dificuldades sejam assimiladas e que eles pensem apenas em treinar para poderem estrear bem na Série D. De acordo com o comandante azulino, os jogadores têm que cumprir suas obrigações para poderem cobrar melhor.
“Futebol não tem milagre, e sim conversa direta e sincera. Falamos ao grupo da necessidade de confiar no trabalho e na importância do acesso. Os jogadores aceitaram e, nesse prazo estipulado, a diretoria vai buscar pagar o elenco. Se não der, vamos jogar por nós, por nossos familiares, pois seremos recompensados no final”, comentou.
O treinador afirmou que apoia as decisões dos jogadores, mas argumentou o quanto isso poderia ser prejudicial à carreira deles, além da cobrança que poderia recair sobre eles caso os resultados não apareçam.
“Apoiamos o que aconteceu, é uma causa legítima, mas também lamentamos toda essa situação. É preciso muito trabalho, pois lá na frente vamos ser cobrados, independente de parar de treinar, receber (salários) ou não. Dentro de campo, nós vamos tentar resolver o que nos cabe”, completou.
Ao defender o elenco, Cacaio também defendeu alguns jogadores que se colocaram à disposição do clube para continuarem trabalhando.
“Meu trabalho é dentro de campo. Não me envolvo com as coisas que estão acontecendo na política. Apenas lido com os jogadores. A situação do Remo é essa e tomara que melhore. Ressalto a postura dos mais experientes, que foram os que chamaram a responsabilidade, que falaram primeiro. Tanto o Fernando Henrique quanto o Eduardo Ramos, que têm propostas para sair, foram os primeiros a dizer que ficarão até o fim”, contou.
“Só tem uma maneira de tirar o Remo dessa situação, é vencendo e conseguindo o acesso. Os jogadores acreditaram e hoje o elenco está mais forte do que nunca”, finalizou Cacaio.
Amazônia, 16/06/2015
