Cacaio
Cacaio

O Remo parece ainda carregar o fardo emocional da goleada sofrida em Cuiabá (MT), na decisão da Copa Verde. O resultado abalou profundamente as convicções do técnico Cacaio, que nunca mais teve a ousadia tática que lhe garantiu sucesso no Campeonato Paraense e no próprio torneio regional. Ficou intimidado pelo fracasso naquela final e passou a abraçar a cautela como companheira. Pode estar aí a explicação para o pífio desempenho do Remo nas duas partidas pela Série D.

Contra o Vilhena (RO), abriu o placar, mas resolveu segurar resultado na etapa final e cedeu o empate. A situação quase se repetiu no sábado (18/07) à tarde na Arena Verde. Senhor absoluto das ações durante todo o primeiro tempo, o Remo não foi capaz de organizar ataques que permitissem furar a retranca do Rio Branco (AC).

Eduardo Ramos, o mais dinâmico da equipe, carregava a bola até a entrada da área e esbarrava na firme marcação dos visitantes. Quando buscava alguém para dialogar, só enxergava Ratinho, muito vigiado quando caía pela esquerda.

No segundo tempo, o time melhorou um pouco, com Juninho e Levy substituindo Ratinho e Ameixa. Mais agressivo, Juninho comandou uma pressão mais objetiva. Ele próprio disparou dois chutes perigosíssimos após ter entrado.

Quando a situação já parecia se encaminhar para novo empate, o próprio Juninho bateu um escanteio pela direita e achou o zagueiro Henrique na pequena área. Um gol salvador àquela altura.

É verdade que, mesmo sem se organizar adequadamente para envolver o adversário, o Remo ainda produziu boas situações de área em lances envolvendo Eduardo Ramos.

Foram três bolas na trave, duas com Rafael Paty e uma com Max, mas a equipe parecia frágil, sujeitando-se a sustos desnecessários, como ataques fulminantes do Rio Branco (AC) nos 10 minutos finais.

A destacar, além do bom trabalho de Ramos e Juninho, a atuação de Henrique ao lado de Max na zaga e o empenho de Paty na frente. Welthon também apareceu mais que Aleílson, ainda meio encabulado com a camisa azulina.

São sinais animadores, mas ainda é pouco para quem tem ambições de acesso.

Blog do Gerson Nogueira, 20/07/2015