Não foi o renascimento esperado. O Remo deixou de vencer na estreia por desperdiçar muitas chances de gol, principalmente no primeiro tempo. Não foi um mau resultado, mas frustrou expectativas e deixou o torcedor com um quê de desconfiança em relação ao time. Do meio para a frente, as coisas até funcionaram, mas a lentidão na saída e o excesso de toques improdutivos prejudicaram a atuação do time em Vilhena (RO).
Contra um adversário limitado, que tinha claros problemas de entrosamento, o Remo teve a chance de liquidar o jogo nos 45 minutos iniciais. Mesmo com apenas um meia criativo, mas jogando no ataque desde os primeiros movimentos, o time criou jogadas agudas, puxadas quase sempre por Eduardo Ramos. Rafael Paty perdeu duas oportunidades. Aleílson e Chicão também desperdiçaram.
O gol nasceu quase ao final do primeiro tempo de uma boa jogada entre Ameixa e Chicão. Em rápida troca de passes, que não se repetiu depois, ambos envolveram a marcação do Vilhena (RO) e Chicão acertou um belo chute abrindo o placar.
A vantagem deu tranquilidade, mas parece ter acomodado o Remo, que caiu na velha armadilha de ficar esperando o adversário para explorar o contra-ataque. Como havia experimentado timidamente no começo do jogo, o Vilhena (RO) voltou a buscar espaços na defensiva azulina na etapa final e acabou encontrando.
Com a transição deficiente, o Remo se atrapalhou diante de um oponente pouco mais que voluntarioso. Os laterais, que já tinham apoiado pouco no primeiro tempo, praticamente abandonaram as ações ofensivas. Com isso, a equipe perdeu um dos caminhos para pressionar a defesa adversária.
Na defesa, Ciro Sena surpreendeu pela firmeza, mas a zaga fraquejou no jogo aéreo, como ocorreu na Série D do ano passado, sob o comando de Roberto Fernandes. O goleiro Fernando Henrique também andou hesitando em algumas bolas, transmitindo insegurança.
Eduardo Ramos, enquanto teve fôlego, foi o jogador mais lúcido do meio, segurando o jogo e buscando acionar os dois atacantes. Podia ter rendido mais com outro meia (Juninho) ao seu lado.
Ameixa e Chicão também tiveram boas atuações, mas Aleílson e Paty ficaram devendo. Chances criadas não podem ser desperdiçadas.
O ponto obtido fora só vai ser contabilizado como positivo se Nacional (AM) e Rio Branco (AC) também se atrapalharem em Vilhena (RO). O problema é que, pelo que se viu do time rondoniense, dificilmente vai jogar de igual para igual contra os demais adversários.
Resta a Cacaio corrigir os erros exibidos na estreia para não ser surpreendido nos confrontos previstos para Paragominas. É fundamental que o time tenha mais objetividade na ligação entre meio e ataque e, principalmente, capriche nas finalizações.
Blog do Gerson Nogueira, 13/07/2015