Faltam poucos dias para o Remo se libertar do calvário, após uma espera e sofrimento de 7 anos. Um empate com o Operário (PR), já será suficiente. Se jogar com a mesma garra que teve nas vitórias sobre o Palmas (TO) e sobre o próprio adversário paranaense, o Leão terá a libertação com vitória, sem drama. Se resolver jogar com naturalidade, como em Roraima e no Tocantins, poderá produzir uma nova frustração.
O time azulino tem inegáveis limitações técnicas e táticas. Depende da superação física e de atenção máxima para ser competitivo e vitorioso.
Pelo que os jogadores expressam nas entrevistas, o aguerrimento será mantido no domingo (18/10), quando vão decidir não só o objetivo do clube, mas também a fartura do Natal dos familiares. Afinal, subindo à Série C, o Remo garante mais uma renda (semifinal) e organiza as finanças.
Domingo, as bilheterias já serão fartas. Seguramente, o Remo vai vender todos os ingressos (arquibancada a R$ 60 e cadeiras a R$ 100), devendo ter renda acima de R$ 2 milhões. Assim, o clube pagaria as folhas salariais de agosto e setembro, finalmente colocando esses pagamentos em dia e ainda garantindo com a renda da semifinal o pagamento de outubro, caso a classificação se confirme.
É digna de enaltecimento a liderança de Cacaio no Remo. Ele está no 7º mês de trabalho, foi campeão estadual, vice da Copa Verde e está prestes a colocar o Leão na próxima Série C, sem conseguir dar padrão de jogo ao time. Com ele, sem competência tática, o Remo sempre dependeu de superação física e foi muito valente quando mais precisou. Tratando-se de um time que sempre enfrentou atraso de salários, isso é a tradução da liderança do seu comandante.
É justo dizer também que ao planejar as contratações do Remo para a Série D, Cacaio contrariou algumas forças no clube ao fazer questão de jogadores que viu em outros clubes do Campeonato Paraense. Assim, o Leão ganhou o zagueiro Henrique, ex-Parauapebas, e o volante Chicão, ex-Independente, enquanto o diretor executivo Fred Gomes trouxe o goleiro Fernando Henrique. Esses três atletas deram sustentáculo ao time, que agora está a um jogo de colher os frutos do próprio suor.
Sem Kiros e Léo Paraíba, ambos suspensos por cartões amarelos, Cacaio tem muito o que avaliar para recompor o time remista para a decisão do próximo domingo (18/10). Sílvio, Aleílson e Rafael Paty são as opções para uma dupla de ataque. Ciro Sena, destaque em Ponta Grossa (PR), vai sair do time? Cacaio guarda outra surpresa tática? Essas incertezas vão alimentar os noticiários azulinos da semana.
[colored_box color=”yellow”]Como visitante na Série D, o time do Operário (PR) tem derrotas para Ypiranga-RS (2 a 0), Inter de Lages-SC (1 a 0) e Campinense-PB (1 a 0), empatou com o Resende-RJ (2 a 2) e venceu o Red Bull-SP, por 2 a 1. Só fez 4 dos seus 12 gols e tomou 7 dos 10 sofridos no campeonato.[/colored_box]
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 13/10/2015
