Levy e Juninho
Levy e Juninho

O Remo tem diante do Nacional (AM), nesta segunda-feira (10/08), em Manaus (AM), a oportunidade de dizer a que veio na Série D. Um resultado convincente dará ao torcedor a convicção de que é possível obter o acesso à Série C. O jogo é o delimitador das potencialidades do time porque, pela primeira vez, será disputado em gramado perfeito, favorecendo a qualidade técnica dos jogadores.

Como até o momento, o Remo se viu forçado a jogar no campo seco e cheio de depressões da Arena Verde, é de se esperar que tenha um comportamento mais compatível com o favoritismo que carrega nas costas. Em futebol, favoritismo precisa ser provado na prática, com resultados e atitudes.

Até agora, disputados 3 jogos, o Remo foi uma equipe sujeita a oscilações, pouco precisa nas ações de ataque e muito confusa quanto aos papéis desempenhados pelos seus meio-campistas.

Surpreende que o técnico Cacaio, que comandou a impressionante arrancada remista no primeiro semestre, vencendo o Parazão e chegando à decisão da Copa Verde, não tenha conseguido ainda extrair o entrosamento que se faz necessário para que o time possa ser competitivo de fato.

É preciso, principalmente, arranjar um lugar para que as virtudes de Eduardo Ramos possam ser melhor exploradas. Como meia-armador, ele funciona até certo ponto. Quando se investe de tarefas ofensivas e de finalização, vai muito bem. Quando se limita a organizar as ações a partir da intermediária, acaba anulado pelas hesitações do quarteto de meia-cancha.

Não seria o caso de explorar mais a veia de finalizador que mostrou diante do Náutico (RR)? Nesse caso, Juninho exerceria um papel mais conservador, organizando o jogo à frente dos volantes.

Quando Cacaio projeta usar Ilaílson na lateral-direita e Leandro Santos no meio, fechando a marcação ao lado de Chicão, demonstra estar mais preocupado em se resguardar. É natural que pense assim, pois o jogo é decisivo para os amazonenses. Só não pode permitir que a cautela excessiva acabe por propiciar o espaço que Aderbal Lana espera ter para tomar conta da partida.

A dupla de ataque, com Léo Paraíba e Welthon, funcionou nos treinos e faz justiça ao melhor rendimento de ambos em comparação aos ex-titulares Rafael Paty e Aleílson. No fundo, é um confronto que vale para medir o poder de fogo dos dois Leões nortistas na competição.

O Nacional (AM), bem menos produtivo até aqui na Série D, precisa desesperadamente de um bom resultado. Ao Remo, cabe explorar a ansiedade do adversário para se impor na Arena Amazônia. Não é tarefa impossível.

Blog do Gerson Nogueira, 09/08/2015