Avenida Nazaré, domingo, 01/11/2015. A noite de clima agradável também era tranquila entre a Avenida Generalíssimo Deodoro e a Travessa Quintino Bocaiúva, perímetro em que está localizada a sede social do Remo. A normalidade do ambiente que aparentava para quem passava por ali, por volta das 19h, no entanto, não refletia no que acontecia internamente no patrimônio azulino, segundo os dirigentes.
Enquanto o Leão jogava no Mangueirão, na partida que marcou a despedida do Campeonato Brasileiro da Série D, uma quantia de quase meio milhão de reais era levada dos cofres do clube.
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pelo Departamento Jurídico remista na Seccional de São Brás, a sede social foi invadida por 7 homens, sendo que apenas 2 deles estavam encapuzados. O bando, que usava armas de fogo, rendeu e, em seguida, amarrou os dois seguranças de plantão em uma das salas. A ação terminou com o roubo de parte da renda da partida entre Remo e Botafogo (SP), pela semifinal da Série D, no valor de R$ 423.632,00, retirados do cofre do setor financeiro do clube.
Na manhã desta segunda-feira (02/11), em pleno feriado do Dia de Finados, o presidente em exercício, Manoel Ribeiro, convocou a imprensa para dar alguns esclarecimentos acerca do fato. Segundo o dirigente, o clube sempre contrata um carro forte para fazer o transporte de grandes quantias. No entanto, na noite do último domingo (01/11), a diretoria não viu a necessidade de solicitar o serviço. Com isso, o dinheiro passaria a madrugada no local.
“Normalmente, nós transportamos todos os valores através de uma empresa de segurança, mas ontem era um dia atípico, um domingo, todo mundo afobado para chegar ao campo. Nós recolhemos o dinheiro aqui na sede para fazer depois esse recolhimento final. Seria feito hoje (segunda-feira) esse recolhimento”, informou.
Presidente em exercício do clube, Manoel Ribeiro assumiu o Remo no lugar do ainda licenciado Pedro Minowa. O atual mandatário explica que a sede social azulina passa por reformas em várias etapas desde que ele tomou posse no cargo, mas que ainda não estava na fase de instalar um circuito interno de segurança.
“Assumimos há uns 3 meses e reiniciamos a recuperação da sede. Evidentemente que dentro dos planos está a instalação de câmeras de segurança, mas nós ainda não tínhamos tido tempo para isso, porque não estamos fazendo essa recuperação de uma vez. Estamos fazendo de acordo com os recursos que vamos obtendo e ainda não tinha chegado o momento de colocar as câmeras”, explicou o dirigente, que prometeu providenciar os equipamentos com urgência.
A diretoria remista aguarda o trabalho dos peritos na sede social, previsto para esta segunda-feira (02/11). Pela tarde, Manoel Ribeiro vai se reunir com os demais dirigentes, para discutir as pendências salariais referentes ao futebol.
“Vamos reformular o que a gente estava fazendo e ver o que vamos conseguir pagar com o que sobrou. Evidentemente que nós vamos dar prioridade para os salários deles (jogadores). Falta o mês de setembro e ficaríamos rigorosamente em dia. Só ficaria faltando o mês de outubro que ainda nem venceu, só vai vencer dia 10/11”, detalhou.
Ainda de acordo com Manoel Ribeiro, o rombo de quase meio milhão de reais dos cofres do clube não causa preocupação em relação ao acordo firmado junto à Justiça do Trabalho. Há duas semanas, o Remo acertou que vai destinar 30% do valor das rendas de todas as partidas até o final de 2016 para o pagamento de dívidas trabalhistas.
“Eles têm lá R$ 1,5 milhão nossos já depositados na Justiça, através dos jogos que tivemos. Honramos exatamente o que eles pediram. Agora temos que pagar mais 30% do valor do último jogo. Já tínhamos esse dinheiro aqui para isso, mas aconteceu esse problema. Nós vamos ver como vai ser feito esse pagamento”, encerrou Manoel Ribeiro.
Portal Arquibancada, 02/11/2015