Sérgio Dias
Sérgio Dias

Com pouca receita, diretoria remista se vira como pode para tentar normalizar o ambiente no clube. Desde que assumiu a coordenação do futebol remista, o administrador de empresas Sérgio Dias precisa resolver um novo problema por dia. “Encaramos tudo isso como um desafio”, garante.

Com 65 anos, sendo 50 deles só no Clube do Remo, o benemérito, ao lado de Marco Antônio Pina, Milton Campos e Dirson Lage, já conseguiu resolver várias urgências.

“O primeiro assunto que resolvemos foi o mês de abril, que faltavam 50% dos salários. O segundo foi a moradia e hospedagem dos atletas, tudo em torno de R$ 30 mil mensais. Inclusive pagamos o mês de junho desses atletas”, revela.

Segundo ele, tem sido difícil administrar um clube que praticamente não tem de onde tirar dinheiro. “A única receita que tem no Baenão é essa receita do carro que estamos rifando. Já vendemos cerca de 130 cartelas, que estão, em sua maioria, comprometidas. Temos também a receita dos jogos em Paragominas que vão entrar agora e ainda precisamos repassar 30% para a Justiça”, comenta.

Para piorar, ainda existem acordos que comprometem outra parte da renda azulina. “Nós temos também os acordos com alguns atletas, que foram feitos por diretorias passadas. É um valor bastante elevado que nós já pagamos alguma parte. Fizemos acordo com Fabiano, Max, Ilaílson, Ratinho (já quitado), Val Barreto, Rafael Paty e Dadá, que é o maior problema do clube”, detalha.

Enquanto luta para resolver os problemas financeiros do Remo, a direção do clube precisa pensar e estudar. Todas as manhãs, Sérgio Dias bate à sala do presidente em exercício, Manoel Ribeiro, para discutir o futuro do clube e as medidas a serem tomadas. Entre uma frase e outra, a inconformidade com tudo o que fora feito até o momento.

“De 2003 até hoje, o Remo já pagou mais de R$ 20 milhões na Justiça, então o clube merece um crédito. Recentemente, nas finais com Paysandu, Cuiabá (MT) e Independente, nós pagamos R$ 800 mil para a Justiça. Ainda demos a cota do (jogo contra o) Independente, que foi de R$ 280 mil”, detalha.

Dias faz questão de dizer que sem renda ou qualquer outro apoio oficial, tem contado excepcionalmente com a ajuda de pessoas que amam o clube. “O Remo é muito forte. Em 3 horas, arrecadamos R$ 25 mil para pagar a parte da moradia. Conseguimos isso através dos conselheiros e beneméritos”, revela.

Sem dinheiro no cofre e sem credibilidade no mercado, o “novo” Remo precisa se reinventar para conseguir administrar um mar de problemas, acumulados durante décadas.

“Pelo que sei, estamos com todos os patrocínios bloqueados. Até o mês de agosto o doutor André Meira (advogado azulino) vai apresentar um plano para cuidar das dívidas do clube. Teremos que pagar religiosamente algo em torno de R$ 100 mil por mês só para a Justiça”, conclui Sérgio.

Diário do Pará, 19/07/2015