A exigência do TRT de um plano de pagamento da dívida trabalhista em um prazo de 3 anos põe o Remo sob um desafio que parece inexequível. O débito está em R$ 12 milhões, mas deve subir para R$ 14 milhões com os processos de 2014.
Para gerar tal receita, o clube terá que ser competente nos investimentos e muito responsável para não produzir novos débitos. Uma mudança da água para o vinho! Assim mesmo, seria improvável o clube cumprir esse compromisso em tão curto prazo. O rival Paysandu, por exemplo, programou na Justiça o pagamento de R$ 3,6 milhões para Arinelson em um prazo de 7 anos.
Independente do prazo, o Remo precisava ser forçado a planejar o pagamento. Caberá ao Conselho Deliberativo, com a comissão da dívida trabalhista, participar de toda a negociação; e a todos os membros do Condel a obrigação de forçar a diretoria executiva a cumprir o compromisso que for assumido. Tem que ser dado um basta nas irresponsabilidades!
Quando passar a valer o plano de pagamento da dívida do Remo no TRT, deverá cair o atual bloqueio de 50% dos patrocínios e 30% da bilheteria. O compromisso deverá ser de pagamento de um terminado valor mensal. Para cumprir, o clube terá que criar novas fontes de renda. Uma ideia em estudo é a reengenharia do programa “Seu time, sua energia”, em parceria com a Celpa, com renda exclusiva para a conta da Justiça do Trabalho.
Quando o clube negocia na Justiça do Trabalho uma programação de pagamentos e cumpre, o valor da dívida fica congelado, em prestações fixas. O maior credor do Remo é Thiago Belém (2005), que começou com a multa rescisória de R$ 900 mil e agora está em R$ 1.509.055,90. O valor cresceu 60%, apesar do pagamento de juros.
É assim que funciona a bola de neve, por irresponsabilidade ou por ignorância dos “gestores”. Além de ter forçado Thiago Belém a entrar na Justiça, o Remo perdeu prazo para recorrer ao TST, em 2005, por falta de R$ 15 mil. Pode?
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 04/06/2015