Cuiabá-MT 5x1 Remo (Warian Santos, Ameixa)
Cuiabá-MT 5x1 Remo (Warian Santos, Ameixa)

A animação e o entusiasmo ficaram por conta do torcedor. Os jogadores passaram longe desses sentimentos e o Remo foi fragorosamente batido na final da Copa Verde. Na verdade, foi humilhado. Vitória maiúscula e justa do Cuiabá (MT), que se lançou ao ataque desde o primeiro instante, buscando reverter o placar de 4 a 1 que o Remo havia imposto em Belém. Preciso, o representante mato-grossense marcou 5 a 1 e poderia ter feito mais.

O Remo desembarcou em Cuiabá (MT) com 3 gols de vantagem e pareceu acreditar que já tinha levado o caneco. Deixou de jogar e começou a entregar o ouro ainda no primeiro tempo, quando sua defesa bateu cabeça nas bolas aéreas e permitiu que o Dourado chegasse aos 3 gols, empatando a disputa.

Os primeiros movimentos deram a falsa impressão de um time tranquilo. Lento, o Remo não se arriscava, tocava bola na intermediária e de vez em quando lançava Bismark. As três jogadas de ataque morreram na linha de fundo ou no bloqueio da zaga.

Enquanto isso, atento, o técnico do Cuiabá (MT) investia nos pontos mais vulneráveis da equipe paraense: o miolo da defesa e o buraco pelo lado esquerdo. Seus jogadores cruzavam todas as bolas possíveis, forçando erros de Max e Igor João.

O primeiro gol, aos 26 minutos, em pênalti cometido por Max em Nino Guerreiro, nasceu de um cruzamento que ninguém conseguiu cortar. Logo depois um lance rápido nas costas de Alex Ruan, Maninho cruzou para o interior da pequena área e Rafael Cruz, o grande nome da noite, girou e bateu forte, sem defesa para Fabiano. O detalhe é que antes de Maninho cruzar, Max podia ter mandado a bola para escanteio.

Empolgado com a facilidade que encontrava, o Cuiabá se lançou com mais ímpeto ainda. O terceiro gol não demorou a surgir. Em cobrança de falta, a bola desviou em Dadá e enganou o goleiro Fabiano.

As jogadas pela direita eram o melhor caminho, mas Levy era pouco acionado e quando recebia a bola, custava a tabelar com os meias. Com a saída de Bismark para a entrada de Felipe Macena, o ataque ficou ainda mais prejudicado.

Tudo o que havia funcionado às mil maravilhas no Mangueirão acontecia ao contrário na Arena Pantanal. O Cuiabá (MT) acertava passes até quando não queria e o Remo não achava o rumo certo. Cacaio parecia preso ao banco e nem se aproximava da lateral do campo para reanimar o time.

Após escapar de mais dois ataques perigosos, o Leão saiu para o intervalo perdendo por 3 a 0, mas ainda com esperanças de mudar a história da decisão. Puro engano. Logo no reinício, um lance confuso na área depois de rebatida de Fabiano acabou resultando no segundo pênalti da noite. Rafael Cruz, espertamente, chegou chutando a perna do zagueiro do Remo e caiu. O árbitro foi na conversa e assinalou a penalidade. O próprio Cruz, certeiro, mandou no meio do gol e fez seu terceiro gol.

Com 4 a 0 no placar, sem motivos para continuar lá atrás, Cacaio botou Val Barreto no jogo tirando Ratinho. O problema é que o atacante devia ter entrado bem antes e Eduardo Ramos deveria ter saído, visto que nem chegou a ser notado em campo.

A lentidão na saída de bola continuava a atrapalhar os passos do Remo, que nem de longe lembrava aquele time lépido e brigador dos últimos jogos. Nem cruzamentos o time tentava. Dadá corria muito, mas não encaixava o combate na intermediária e era envolvido junto com os companheiros pelo toque de bola tranquilo do Cuiabá (MT).

Uma rara jogada aérea viria dar uma última ilusão. Val Barreto desviou para as redes uma bola levantada por Levy. Diminuiu o prejuízo e abriu àquela altura a possibilidade de decisão nos penais.

Logo depois, Max foi expulso (recebeu o segundo amarelo em marcação errada do árbitro) e a defesa remista ficou ainda mais fragilizada.

Explorando a fadiga azulina, em rápido avanço pela esquerda, o Cuiabá (MT) chegou ao quinto gol e liquidou a fatura. O Leão ainda perdeu Felipe Macena e ficou sem forças para buscar o segundo gol, que lhe garantiria o título. Porém, o time não fez por merecer qualquer milagre. Nem os erros de arbitragem podem ser alegados para justificar o desastre.

A Copa Verde fica novamente com o Centro-Oeste e o Leão terá que adiar o sonho de disputar uma competição internacional. Incrível foi observar como se deixou vencer com tanta facilidade. Sem luta ou esperneio. Aceitou passivamente o domínio adversário. Ao contrário das semifinais, não jogou como um vencedor.

Blog do Gerson Nogueira, 08/05/2015