O assunto do feriado desta segunda-feira (12/10) no Clube do Remo, após a volta do Paraná e dois dias de folga geral para o elenco, foi a preparação para a partida de volta contra o Operário (PR), no próximo domingo (18/10).
Ao longo da última semana, os dirigentes sinalizavam que os valores dos ingressos já estavam definidos em R$ 50 (arquibancada) e R$ 100 (cadeira) e que a venda teria início já a partir do início da semana, em diversos pontos da cidade, mas as coisas mudaram de feição ao longo do dia.
Pela manhã, em pleno feriado, diretores azulinos se reuniram na sede social do clube para avaliar questões de logísticas que envolvem a partida e anunciaram, ao final do encontro, um novo valor para o ingresso de arquibancada: R$ 60.
“Apareceu uma outra situação e achamos melhor fazer o reajuste das arquibancadas em R$ 10. Mantivemos o preço das cadeiras”, alegou o coordenador de futebol remista, Sergio Dias, no entanto, sem revelar o motivo. As causas para o reajuste seriam para ajudar a quitar dívidas emergenciais do clube.
“Temos, de imediato, R$ 2 milhões para sanar. São duas folhas salariais, de agosto e setembro, atrasadas do plantel e mais a dos funcionários. Fora isso, temos um empréstimo bancário feitos pelo clube na ordem de R$ 260 mil para sanar as dívidas com a Justiça do Trabalho”, enumerou Dias, que acredita que o reajuste não é tão significativo.
“Cá entre nós, R$ 10 a mais não vai quebrar ninguém. É o jogo mais importante do Remo, não apenas no ano, mas nos últimos anos. A torcida tem comparecido sempre em grande número, nos ajudado e tenho certeza que não vai ser diferente”, encerrou.
Sérgio Dias não entrou em detalhes sobre qual seria a “situação” que levou a direção remista a mudar os preços dos ingressos, mas algumas informações de bastidores podem ajudar a explicar.
Comentou-se que a comercialização do jogo de volta entre Remo e Operário (PR) estaria em negociação com uma empresa promotora de eventos esportivos responsável entre outras coisas pela vinda do jogo entre Goiás (GO) e Corinthians (SP), da Série A de 2014, para Belém.
O evento teria sido comprado – ou estaria em vias de ser comprado – pelo valor líquido integral de R$ 1,5 milhão a ser pago para o clube. A informação foi negada pelo diretor de Marketing do clube, Fabio Bentes, que garantiu não haver nada de concreto com respeito à partida.
O presidente Manoel Ribeiro, no entanto, confirmou pela manhã que existe no mínimo uma conversa no sentido de negociar a comercialização da partida.
“Se houvesse uma proposta limpa para o Remo, nós consideraríamos, mas o que temos até aqui é apenas a vontade de alguém de fazer isso. Não poderíamos assim, de afogadilho, no dia seguinte ao Círio, responder a algo do tipo”, comentou Ribeiro.
Diário do Pará, 13/10/2015
