Fazer futebol às custas do poder público está ficando cada vez mais caro. No Re-Pa deste domingo (29/03), onde se esperava uma renda aproximada de R$ 1 milhão, o resultado foi mesmo decepcionante, sobretudo se contabilizados os descontos já tradicionais que comprometem ainda mais o pouco arrecadado em tempos de crise.
Do valor bruto arrecadado de R$ 430.683,00, apenas R$ 262.570,76 foram parar nos cofres dos clubes. As despesas impressionam pela quantidade e até pela real qualidade.
Uma das principais despesas que antecederam o clássico, em um exemplo rápido, foi a escolha do trio de arbitragem de fora do Estado, embora aqui tenha até árbitro padrão Fifa, caso de Dewson Fernando Freitas.
A despesa com arbitragem, auxiliares, delegados fiscais alcança a marca de R$ 15.900,00; o transporte e a hospedagem do trio custou a bagatela de R$ 10.194,18, mais os 20% de INSS referente ao quadro, no valor de R$ 3.180,00, acumula um gasto total na ordem de R$ 29.274,18. Outras despesas são um pouco menores, mas também onerosas.
O aluguel do campo, por exemplo, é uma dessas taxas que perdura e jamais é questionada, embora nem sempre seja possível pagar R$ 8 mil para pisar no tapete verde do Mangueirão.
Já a Federação Paraense de Futebol é mais “gulosa” e abocanha só de uma vez, a cada partida, 10% da arrecadação bruta, fechando na casa de R$ 43.068,30, enquanto o INSS recolhido é de R$ 21.534,05.
Para encerrar, entre outros pagamentos, aparece no borderô divulgado pela entidade que comanda o futebol local a contabilidade de R$ 24.469,00, referente ao rádio (R$ 2.430), ônibus (R$ 300), lanche (R$ 11.759, uma média acima de R$ 11 por pessoa) e as grades de segurança, pelo preço camarada de R$ 9.980,00.
Diário do Pará, 30/03/2015