Dois clubes, um grande interesse. Em preparação para iniciar os campeonatos oficiais da temporada 2015, Remo e Paysandu disputam, nesta quarta-feira, 21/01, às 21h, no Mangueirão, o primeiro clássico do ano. Válido pela Copa Amazônia, um torneio amistoso, o jogo vai beneficiar os clubes, sobretudo, financeiramente, com premiações de R$ 300 mil para cada, valor que chegará a R$ 500 mil ao campeão.
Quem passar, terá o Bahia (BA) como adversário na decisão, no próximo domingo (25/01), no mesmo estádio. Portanto, em um intervalo de menos de 5 dias, bicolores ou azulinos vão disputar duas partidas, embora ambos os times ainda não estejam bem preparados, conforme já alertaram os próprios técnicos Zé Teodoro e Sidney Moraes.
Normalmente iniciado em janeiro, este ano o Parazão vai começar somente no dia 01/02, o que não acontece desde 2008. Se não houvesse o compromisso desta noite, a dupla Re-Pa teria mais tempo para aprimorar os trabalhos físicos, técnicos e táticos iniciados um dia após a apresentação dos novos elencos, no último dia 05/01.
Para o treinador bicolor, o time, que tem 16 jogadores recém-contratados e que jamais atuaram juntos com os remanescentes, ainda não reúne condições físicas ideais e tampouco entrosamento. Os próprios atletas admitiram que a superação e o empenho devem ser as maiores virtudes na primeira atuação do ano da equipe, que tem quatro competições para disputar este ano.
Do outro lado, o cenário é semelhante. Embora a diretoria tenha contratado menos que o rival – 9 jogadores – e mantido a base da última temporada, o técnico remista também demonstrou preocupação, uma vez que a programação semanal de treinos já estava definida, mas o clássico forçou uma mudança indesejável.
Soma-se a isso o jogo-treino do último domingo (18/01), contra o Bragantino, quando 22 jogadores atuaram, 11 em cada tempo. Sendo assim, o Leão, em plena a pré-temporada preparatória para buscar a vaga na Série D através do Parazão, pode disputar 3 jogos em uma semana, caso saia vencedor hoje.
Além dos riscos apresentados pelos dois técnicos, que vão estrear no comando das equipes, também existem as consequências que o resultado de um Re-Pa causa historicamente, como, por exemplo, a pressão no início do trabalho para o perdedor, ou uma impressão positiva enganosa ao vencedor.
Se houver uma vitória expressiva, a desconfiança acerca do planejamento traçado pode atrapalhar, apesar de, na prática, o placar ser totalmente irrelevante. No último clássico amistoso, em 2012, a derrota por 3 a 0 contribuiu para a demissão do então técnico azulino, Flávio Lopes, após alguns dias.
Depois de 10 clássicos jogados em 2014, sendo 8 pelo Parazão e 2 pela Copa Vede, Remo e Paysandu vão abrir a temporada de forma amistosa. Ao contrário dos grandes espetáculos protagonizados por azulinos e bicolores no primeiro Re-Pa do ano, dessa vez a relevância da partida, o preço dos ingressos e a proibição do livre acesso aos sócios-torcedores traduzem uma baixa expectativa de público.
Em um Mangueirão provavelmente sem as massas nas arquibancadas e com times ainda longe da preparação ideal para um clássico cheio de rivalidade, o primeiro encontro entre Remo e Paysandu é precoce. Especificamente hoje, ao contrário da grande maioria dos 728 clássicos da história, o que mais vale para as diretorias dos dois clubes é o lucro.
Diário do Pará, 21/01/2015