O final de semana começou de forma turbulenta no Clube do Remo. Após a reunião do Conselho Técnico do Campeonato Paraense de 2016, o diretor de futebol Sérgio Dias, que compareceu representando o clube, encaminhou pedido de desligamento do posto aos seus pares na noite de sexta-feira, 20/11.
Dias estava à frente da direção de futebol do clube azulino desde junho, quando Manoel Ribeiro assumiu interinamente a presidência azulina com o afastamento de Pedro Minowa. O dirigente acumulou algumas polêmicas e discussões públicas com atletas e dirigentes do clube, mas também elogios pelo seu empenho no trabalho de bastidores.
Sérgio não deu declarações sobre seu afastamento, mas sua última declaração ainda como diretor de futebol, de certa forma, ajuda a esclarecer os motivos do afastamento. Após a reunião na sede da FPF, ele destacou que o Remo não tinha Certidão Negativa de Débito (CND), o que gerou risos na reunião, mas atestou que não era motivo para rir.
“Isso não é gozação, é a realidade do clube que nós estamos vivendo. A palavra mágica lá no Remo hoje é paciência. Estamos procurado resolver de todas as maneiras a situação, mas ninguém resolve nada. Não menti, nem inventei. O Remo não tem técnico, não tem estádio, não tem time, não tem reunião, não tem presidente, ele (Manoel Ribeiro) é interino, e parece que não vai ter eleição. Então, é complicado”, definiu o dirigente azulino.
Sérgio Dias afirma que a temporada 2015 foi de sucesso, mas que a expectativa para a próxima temporada, ao contrário do que afirmam alguns colegas, é de muita preocupação.
“Muitas pessoas estão alegres e felizes porque o clube tem 4 competições para o próximo ano, mas estou muito preocupado com isso. Nós não temos nem time, nem técnico. Todos os times estão treinando, se reforçando, preparando seus elencos e nós estamos parados. Já perdemos um grande jogador, estamos procurando técnico e ainda não tem nada”, afirmou Dias.
O ex-dirigente azulino aponta que no momento não tem interesse em se candidatar a presidente do clube, apesar da vontade de ajudar, por conta das condições que o clube se encontra.
“Não dá, o Remo é muito complicado, não tem condição. Hoje é um clube de 5 grupos. Muita gente mandando e muita gente dando teco ao mesmo tempo”, relata.
Apesar de não se colocar à frente para as eleições, ele defende que elas sejam realizadas o mais breve possível e que um novo presidente assuma ainda esse ano para que o novo presidente possa planejar o time para a próxima temporada.
“O Remo tem que agir, tem que trabalhar. Nós temos uma torcida que vai cobrar da diretoria e sempre sou vítima. Quiseram me agredir no Mangueirão, no jogo do Remo contra o Botafogo (SP), na Série D. Ninguém sabe o que a gente trabalhou para o Remo subir para o acesso, mas quando perdeu, quiseram me agredir”, reclamou.
Diário do Pará, 23/11/2015