Zé Teodoro
Zé Teodoro

Em outubro de 2006, após Remo 1×1 Santo André (SP), no Baenão, pela Série B, o falecido técnico Giba ameaçou largar o Remo se os dirigentes não se unissem e lhe oferecessem condições de trabalho. Aquilo acontecia às vésperas de um Re-Pa.

Nove anos depois, Zé Teodoro faz o mesmo, nas mesmas circunstâncias. Entre um e outro, muitos técnicos no Remo sofreram calados, principalmente Charles Guerreiro (2007), Artur Oliveira (2008/2009), Paulo Comelli (2011) e Flávio Lopes (2012).

Atualmente, Zé Teodoro é a única liderança que funciona no Remo. Por isso, o treinador fez o desabafo, sábado (21/03), como forma de mobilizar quem pode ajudá-lo a salvar o clube e de neutralizar quem insiste em atrapalhar. Só poupou Antônio Miléo, o ex-diretor de futebol, que embora tenha deixado o cargo, ainda é o apoio que Zé Teodoro pode contar para conduzir o elenco no esforço pelos objetivos. “Apesar de tudo, nós vamos chegar onde queremos”, disse.

Com seu “grito”, Zé Teodoro conseguiu pelo menos atrair dirigentes para uma conversa franca com o elenco, nesta segunda-feira (23/03) à tarde. Saiu dinheiro para resolver emergências e promessa do pagamento da folha de fevereiro já esta semana. A cartada de Zé Teodoro foi muito bem sucedida.

[colored_box color=”yellow”][one_third last=”no”]Time do Remo está jogando muito tenso. Isso está agravando a frequência de passes errados, o que provoca maior esforço pela retomada da posse de bola. A tensão agrava também a falta de um padrão de jogo, o que faz o time correr errado. O cansaço é uma consequência óbvia. Contudo, o time é valente e está se superando, a ponto de estar em uma série de 8 jogos sem derrota.[/one_third][one_third last=”no”]Na Copa Verde, jogos eliminatórios. Na Copa do Brasil, mais ainda, já que os remistas têm o risco da eliminação logo na estreia, em casa. No campeonato estadual, a fase é de grupos, mas cada jogo tem o clima de “mata-mata”. Como se não bastasse essa carga emocional, os atletas e comissão técnica ainda têm que mobilizar os dirigentes para soluções básicas.[/one_third][one_third last=”yes”]O fato de dois atletas terem sido “despejados” do hotel por falta de pagamento dá uma noção dos problemas, como se não bastasse o atraso de salário (fevereiro) que afeta a todos. Pagamento programado para sexta-feira (27/03). Rendas dos Re-Pa’s e do jogo contra o Atlético (PR), além da verba de patrocínio da Funtelpa dão alento. O clube promete atualizar pagamentos até a terceira semana de abril.[/one_third][/colored_box]

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 24/03/2015