Chegou a hora do contra-ataque do Botafogo (PB), mas fora de campo. Enquanto jogadores e comissão técnica estão focados no jogo deste domingo (09/10), contra o Boa Esporte (MG), que vale o acesso à Série B de 2017, o Departamento Jurídico do clube só pensa em outros dois adversários, estes na esfera judicial.
Nesta sexta-feira (07/10), o vice-presidente jurídico do time paraibano, o advogado Alexandre Cavalcanti, confirmou que o clube vai mover uma ação na Justiça Comum contra América (RN) e Remo. A ideia é pedir uma indenização por danos morais após os clubes potiguar e paraense moverem “notícias de infração” contra o Botafogo (PB) junto ao STJD.
A disputa judicial entre os clubes começou após o fim da 1ª fase da Série C do Brasileirão, quando América (RN) e Remo acusaram o Botafogo (PB) de ter escalado o volante Sapé de forma irregular em alguns jogos. Os denunciantes foram ao STJD requerer que os paraibanos perdessem 18 pontos na competição, o que livraria os potiguares do rebaixamento e colocaria os paraenses no mata-mata.
As ações dos clubes, no entanto, foram rejeitadas pela Procuradoria da Justiça Desportiva do STJD nessa quinta-feira (06/10). Agora o Botafogo (PB) prepara o revide.
“Na Justiça Desportiva, já fizemos uma denúncia na própria petição de defesa por queixa infundada, mas não foi julgada ainda. Nossa pretensão é entrar na Justiça Comum contra eles”, cravou Alexandre Cavalcanti.
Nas “notícias de infração” de América (RN) e Remo, os clubes alegavam que o “contrato originário” do volante Sapé com o CSP (PB) estava irregular, o que automaticamente tornava nulo o contrato de empréstimo do jogador para o Botafogo (PB). Foi com essa alegação que dirigentes potiguares e paraenses acionaram a Justiça Desportiva, colocaram o clube paraibano dentro de um trâmite judicial em meio a um momento importantíssimo vivido dentro de campo.
No gramado, jogadores e comissão técnica se dedicam em busca do acesso à Série B de 2017. Fora dele, o embate é nos tribunais. Alexandre Cavalcanti explica que todo esse impasse interferiu no psicológico dos profissionais alvinegros e manchou a imagem do clube. Ele também acusou América (RN) e Remo de agirem de má-fé no caso. Por isso, então, a decisão de entrar com ação na Justiça Comum contra os dois clubes.
“Vamos ingressar com medidas judiciais. Na verdade, uma ação de indenização por danos morais, uma reparação de danos pelo ocorrido. Aquela ‘notícia de infração’ que eles fizeram foi uma coisa sem pé nem cabeça. Eles utilizaram de má-fé e o Botafogo (PB) teve um prejuízo. Houve um abalo moral muito grande à imagem do clube, além do abalo psicológico que tivemos durante uma semana que antecedia um jogo importante, contra o Boa Esporte (MG), e os prejuízos materiais, pelos nossos deslocamentos ao Rio de Janeiro, despesas com passagem”, listou o advogado.
A decisão sobre recorrer à Justiça Comum já está tomada, mas a forma como esse processo vai se desenrolar é algo que ainda não está planejado pelo Departamento Jurídico do clube paraibano. Alexandre Cavalcanti disse que ainda não sabe quando vai dar entrada com a ação, mas que já está trabalhando para montar o processo e encaminhá-lo à Justiça.
“Já estou autorizado pela diretoria a confeccionar nossa ação e distribuir o mais rápido possível. Não sei quando a gente vai dar entrada, se daqui a uma semana, se daqui a 15 dias, mas nós vamos fazer sim e vamos ingressar na Justiça contra eles”, finalizou.
O embate jurídico entre os clubes parece mesmo estar longe do fim. Mesmo com a derrota na Procuradoria da Justiça Desportiva do STJD, o Remo promete recorrer ao Procurador-Geral do órgão, enquanto o América (RN) baixou a guarda.
Globo Esporte.com, 07/10/2016