Sapé
Sapé

A ameaça de América (RN) e Remo entrarem com uma denúncia no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), alegando irregularidade na escalação do volante Sapé, não chega a tirar a paz do Botafogo (PB). Para os dirigentes paraibanos, trata-se de forma encontrada pelos clubes para tirar o foco após a frustração da última rodada – quando os remistas ficaram fora do G4 e os americanos acabaram rebaixados para a Série D.

O vice-presidente Breno Morais chegou a garantir que não há qualquer risco de punição pela escalação de Sapé. “Não tem nada disso. Temos toda a documentação necessária para provar que o jogador está regular. Aliás, a maior prova disso é o BID do dia 01/06, quando a CBF deu ao atleta condições de jogo”, falou Breno.

Os presidentes de América (RN) e Remo, Beto Santos e André Cavalcante, respectivamente, estão no Rio de Janeiro e estudam entrar com uma notícia de infração contra o Botafogo (PB). A denúncia parte do fato de que o contrato de Sapé teria sido assinado por um dirigente não credenciado à CBF, logo, seria ilegal. O documento não traria a assinatura do presidente e nem do vice-presidente do clube, mas de uma terceira pessoa, através de procuração.

“Sapé jogou em vários clubes. Só neste ano, esteve no Mirassol (SP) e no ABC (RN). Antes, tinha passado pelo América (MG). Em todos, a CBF deu condições de jogo. Aliás, antes do nome do jogador sair no BID, existe um pré-BID, onde a CBF analisa toda a documentação. Nada foi encontrado com relação a Sapé e nenhum outro jogador do Botafogo (PB)”, completou Breno.

Aliás, o dirigente explicou que o clube adota um procedimento rigoroso na contratação de jogadores. Além de ter o nome publicado no BID, também é feita uma consulta formal ao STJD em relação a punições a cumprir, referente a passagens por outros clubes. Só depois de receber o “nada consta” do STJD é que o Botafogo (PB) dá condições à comissão técnica de escalar qualquer atleta. Segundo o dirigente, o clube fez esse procedimento com Sapé e com todos os jogadores contratados para o Brasileirão da Série C.

“Temos como provas a documentação do BID e o ofício encaminhado pelo STJD. Então, não estamos preocupados. Acho que isso é uma forma de desviar a atenção pelos resultados que (América-RN e Remo) não tiveram dentro de campo. Fora isso, o clube não tem nem do que se defender, pois não recebemos nenhuma denúncia formal do STJD e acho que não receberemos”, informou Breno Morais.

Caso os dois clubes entrem com a denúncia no STJD e o Botafogo (RJ) seja considerado culpado em um julgamento futuro, os paraibanos perderão 18 pontos – o dobro da pontuação conquistada pela equipe em jogos envolvendo o volante Sapé – e, automaticamente, será rebaixado à Série D. Assim, o Remo ficaria com o 4º lugar do Grupo A da Série C e se classificaria ao mata-mata da fase seguinte, com o América (RN) evitando a queda para a Série D.

Antes mesmo de uma possível denúncia do STJD, o Botafogo (PB) encaminhou toda a documentação de Sapé para a CBF, inclusive publicou em suas redes sociais a procuração de Josivaldo Alves, representante do CSP (PB), clube que é dono dos direitos federativos do atleta. De acordo com o documento, Josivaldo está credenciado pela CBF como procurador do clube.

O Botafogo (PB) alega ainda que outros clubes estão na mesma situação, inclusive o próprio América (RN), que tem o jogador Júnior Caaporã emprestado pelo mesmo CSP (PB), com o contrato assinado por Josivaldo Alves sob efeito de procuração.

“Além do Júnior Caaporã, no América (RN), o CSP (PB) também emprestou o zagueiro Suéllington, que disputa a Série A pelo América (MG) e o atacante Hélio Paraíba, que está no Criciúma (SC), disputando a Série B. Todos eles têm contratos assinados pelo Josivaldo. Então, não vejo onde está a irregularidade, já que todos eles foram liberados pela CBF e tiveram seus nomes publicados no BID”, concluiu Breno Morais.

Globo Esporte.com, 20/09/2016