Maurílio e Capitão
Maurílio e Capitão

Capitão vai voltar no tempo na noite deste domingo (05/06), no estádio Albertão, em Teresina (PI). De forma específica, ao dia 20/11/2005. Data quando subiu de cabeça e testou para as redes do goleiro Luciano, do Novo Hamburgo (RS), no primeiro gol da vitória do Remo por 2 a 1 sobre os gaúchos, na rodada final do quadrangular decisivo da Série C do Brasileirão daquele ano.

O então atacante do time azulino comemorava loucamente o título nacional – o mais importante da história remista e a taça que fechou seu ciclo como jogador. Passados 10 anos, Capitão se reencontra com o Remo. Desta vez, ele vem como técnico do River (PI), no duelo que marca a 3ª rodada da Série C, às 19h.

Capitão fez parte do “Fenômeno Azul”, expressão dada ao clube que teve à época uma média de público pagante de quase 35 mil torcedores por jogo, número recorde de 2005 de todas as Séries do Brasileirão.

“O torcedor estava sedento por títulos, uma pressão muito grande. Tínhamos um grupo de trabalho muito bom, chefiado pelo (técnico) Roberval Davino. Conseguimos nos unir, fazer uma Série C maravilhosa. Fiz na decisão um gol e dei o passe para o Maurílio fazer o outro”, recorda o ex-jogador, destacando a força do elenco do time na Série C.

O título nacional de 2005 com a camisa do Remo se tornou assunto constante nas coletivas do treinador na semana pré-jogo entre os clubes. Evidente: Capitão é personagem de um verdadeiro conto de fadas do time paraense. O respeito, como enfatizou, é quilométrico. A história, fez questão de grifar, eternizada. Entretanto, no primeiro toque de bola no estádio Albertão, o cenário muda.

O River (PI) ainda não venceu na Série C. Na primeira rodada, empatou fora de casa com o Fortaleza (CE) e perdeu para o América (RN) dentro de casa. Para conquistar confiança na competição que está no seu DNA de jogador campeão, o técnico sabe que uma vitória é prioridade.

“São as histórias de quando jogávamos. Tenho uma história muito bonita no Remo, fomos campeões brasileiros de uma Série C no ano do centenário do clube. Foi o ano da redenção do clube, que vinha muito mal, não tinha calendário praticamente e conseguimos o acesso à Série B. Belém era uma loucura, com jogos com quase 45 mil pessoas no Mangueirão. A torcida abraçou. Era festa muito grande, uma alegria”, relembrou.

“Fizemos história. Logicamente, o respeito do torcedor comigo, do clube comigo é grande. Também tenho respeito, mas pode ter certeza que no domingo (05/06), defendo as cores do River (PI). É com essas cores que quero me apegar para ter um grande resultado”, disse.

O jogo terá a arbitragem de Gleidson Santos Oliveira (BA), com os assistentes Paulo de Tarso Bregalda Gussen (BA) e Carlos Eduardo Bregalda Gussen (BA). Para o jogo, Capitão revelou que a emoção do passado, claro, será lembrada, mas o presente faz uma exigência.

“A gente vem de derrota em casa e eles também. Reencontrar o Remo emociona, mas estou 100% do lado do River (PI), voltado para a vitória”, concluiu.

Globo Esporte.com, 05/06/2016