O Remo vai ajuizar ainda nesta sexta-feira, dia 23/09, duas ações no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro.
A primeira delas é uma notícia de infração para tentar mostrar ao procurador do órgão as possíveis irregularidades envolvendo o volante Sapé, do Botafogo (PB). A segunda medida é para tentar paralisar a Série C do Brasileirão até que seja analisada a documentação apresentada pelo Leão.
Segundo André Cavalcante, presidente do Remo, as informações preliminares acerca da suposta irregularidade do atleta paraibano surgiram ainda no Mangueirão, logo após o empate contra o América (RN). Desde então, o mandatário seguiu para o Rio de Janeiro para coletar informações na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“Após o jogo contra o América (RN), fomos procurados. Houve, então, essa informação da possível irregularidade do jogador do Botafogo (PB), mas ainda precisaríamos de algo com mais substância. Então preferimos, por todo o contexto que vivemos e pela necessidade do clube estar em atividade, acompanhar isso ‘in loco’, na CBF. Lá, recebemos uma certidão que confirma a assinatura do contrato do jogador por procuração e coletamos mais documentos, cópia do contrato, etc”, adiantou Cavalcante.
Sobre a legalidade e legitimidade da procuração, Cavalcante deu maiores detalhes e apresentou alguns indicativos que serão usados para tentar convencer o STJD. Quem defenderá o clube nesse processo é o advogado Mário Bittencourt, o mesmo que atuou no caso que evitou o rebaixamento do Fluminense (RJ) na temporada 2013.
“Em 2014, já houve uma briga na Federação Paraibana (de Futebol) sobre isso. Não é usual esse procedimento, mas conversei com o presidente da Federação Paulista e ele me disse que lá não se faz isso, assim como aqui (Federação Paraense), conforme o Coronel Nunes também me disse. No Rio de Janeiro, a Federação me disse que costuma acontecer isso”, comentou.
“Entretanto, em qualquer instituição existe hierarquia e essa procuração foi assinada apenas pelo presidente do Botafogo (PB), suprimindo a competência do vice. Então, entendemos que existe uma ilegalidade gritante nisso, além de outras coisas que prefiro não comentar nesse momento”, explicou Cavalcante.
Veja os demais pontos da entrevista coletiva:
[one_half last=”no”][colored_box color=”yellow”]Elenco
É uma sinuca de bico. Na medida em que você acredita que pode voltar, existe também uma série de compromissos e despesas que são geradas para deixar o elenco em atividade. Conversei com o elenco e expliquei isso que estou dizendo para vocês. Disse que acreditamos na volta do clube ao campeonato. Vai ter atleta que vai querer ficar e que nos interessa também para 2017. Vai ter atleta que vai preferir ir embora. Cada um, de forma individual, vai conversar com a diretoria para ver sua situação.[/colored_box][/one_half][one_half last=”yes”]Resposta à Heitor Freitas – COFIN
Nós temos um problema muito grande dentro do Clube do Remo. Além de ter que enfrentar os adversários dentro do campo desportivo, e às vezes nas questões administrativas, nós temos que defender o clube dele mesmo. É incrível como esse tipo de situação surge em momentos conturbados administrativamente. Acredito que esse rapaz (Heitor) teve seus minutos de fama, até porque ele é engenheiro e não entende de questões jurídicas. “Gestão temerária” é um termo forte. Esse assunto chegou ao mundo desportivo através da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é conhecida com Profut. Então não há razão nenhuma dentro desse enquadramento. Esse rapaz sempre foi declaradamente a favor que outras pessoas assumissem o Clube do Remo.[/one_half]
Globo Esporte.com, 23/09/2016