O ano de 2016 foi bem complicado para o Clube do Remo. Com muitos problemas nos bastidores, principalmente financeiros, o Leão sofreu dentro de campo. Sem conquistas, acesso e com desclassificações precoces, a crise apertou.
Entretanto, os azulinos se mantiveram na Série C e, por isso, continuam com o calendário garantido para o segundo semestre de 2017 e precisam trabalhar bem para ter mais sucesso do que nesta temporada.
A maior questão para montar o elenco azulino é quanto à formação de um time competitivo. Este ano, segundo a própria diretoria, o custo com a equipe profissional girou em torno de R$ 420 mil, bem acima da realidade financeira do clube. Além disso, todo esse investimento não deu resultado, já que o Remo foi eliminado de forma precoce no Parazão, saiu logo na primeira fase da Copa do Brasil e, para completar, com duas derrotas para o maior rival, caiu na semifinal da Copa Verde. A esperança era a Série C, só que o Leão decepcionou, ficando de fora da fase final.
Foram 32 atletas contratados nesta temporada e poucos nomes, realmente, tiveram destaque. Potita, Ítalo, Murilo e Fernandinho ainda causam pesadelos em alguns torcedores, basta lembrarem dos lances protagonizados por eles em campo.
Somado a isso, algumas peças da base, mesmo se destacando, como o jovem atacante João Victor, não tiveram tantas oportunidades. A expectativa é se o novo presidente terá consciência de todas essas situações e conseguirá montar um time que possa dar alegria ao torcedor e que fique dentro das condições financeiras do Remo para 2017.
[colored_box color=”yellow”]Chapa 10: Análise financeira e confiança no “próprio taco”
O candidato da Chapa 10, Manoel Ribeiro, já está articulando seu grupo de trabalho para pensar no futebol do Clube do Remo para 2017. Entre tantos objetivos para a próxima temporada, ele já disse ter um compromisso, que é fazer o Leão retornar para a Série B. Segundo Ribeiro, caso ele seja eleito, já existe um plano de trabalho.
“Já temos os planos feitos para que o plantel do Remo esteja presente no Campeonato Paraense de 2017. Já estamos trabalhando e, se vencermos, já temos como montar o nosso time”, afirmou.
Com as condições financeiras complicadas, Manoel Ribeiro afirma que, antes de pensar nessa montagem de time, ele precisa saber das reais condições econômicas pelas quais o Remo passa.
“Até hoje, ninguém sabe enquanto está. Se é R$ 6 milhões, R$ 7 milhões, ninguém sabe. Se sairmos vencedores, vamos procurar saber destas dívidas do Remo, equacioná-las e, assim, manter o time de futebol”, explicou Manoel Ribeiro, que foi direto ao ponto em relação às disputas dentro de campo.
“Tudo é uma questão de relacionamento e credibilidade. Isso eu tenho! Assumimos o Remo interinamente, ganhamos o Campeonato Paraense e fomos para a Série C. Então, afirmo, se nós estivermos aqui, vamos levar o Clube do Remo de volta para a Série B”, afirmou Manoel Ribeiro.
Por falar em campo, o Leão precisa também retornar ao Baenão, que também está nos planos de Manoel Ribeiro.
“É muito difícil você programar a reabertura do Baenão na sua totalidade, mas vamos trabalhar para que ele sirva de palco para os jogos do Parazão, com até 6 mil pessoas, já que os tobogãs estão aptos para uso. Se formos eleitos, faremos o Remo voltar ao seu estádio no Parazão para até 6 mil pessoas”, encerrou.[/colored_box]
Chapa 20: Teto é estipulado e lições são aprendidas
Pela Chapa 20, o candidato é o atual presidente, André Cavalcante, que tenta a reeleição, após 10 meses de “mandato-tampão”. Cavalcante já está estudando algumas possibilidades para o Leão e espera ter uma temporada de 2017 muito melhor que a atual. Para o futebol azulino, André já começou a pensar em possibilidades para gerir o time.
“Estamos vendo o nome de um executivo de futebol e depois contratar um treinador com perfil de Série C. A gente não pode se dar ao luxo de começar um projeto agora e na Série C ter outro. Temos que ter um projeto único. Contratações pontuais, usando nossa base, com valores dentro da nossa realidade financeira, com elenco de no máximo R$ 300 mil, incluindo comissão técnica e executivo”, disse o mandatário, explicando como seria a utilização deste teto.
“Já tiramos os gastos da comissão e do executivo. Tem ainda os remanescentes e os atletas da base. Por exemplo, temos R$ 150 mil, se trouxer alguém de R$ 50 mil, só terei R$ 100 mil para gastar com o restante. Teremos que trabalhar dentro deste jogo para montar um elenco barato e competitivo”, afirmou.
André Cavalcante conta também que já acertou com uma empresa para a construção de arquibancadas móveis na área derrubada do Baenão.
“Pretendemos inaugurar em um amistoso, antes do Parazão, para, com a renda, pagar este investimento feito no estádio. A gente pode, nesse ínterim, conseguir um investidor que tope dar o dinheiro e receba na frente. Estamos montando o modelo de negócios neste nível, para quando começar o Parazão toda a renda pague a nossa folha do futebol”, argumentou.
Após um ano complicado, André espera usar essa experiência para melhorar. “Vamos tentar corrigir os pontos que identificamos falhas. Precisamos também corrigir a questão da unidade. Formar um time. Em 2015, mesmo com todos os problemas, eles queriam o acesso e conseguiram. Acho que esse é o principal problema, a unidade do time”, concluiu.
Diário do Pará, 20/11/2016