Antes de completar 2 semanas no comando do Remo, o técnico Waldemar Lemos pode festejar pelo menos uma pequena vitória: o time mudou radicalmente a maneira de trabalhar a bola, deixando de lado o estranho nervosismo que demonstrava em praticamente todos os jogos, mesmo quando estava em vantagem no placar.
Contra o América (RN), no sábado (16/07) à tarde em Natal (RN), o Remo foi pouco objetivo no primeiro tempo, mas conseguiu garantir a igualdade, empatando depois de sofrer um gol em falha da defesa. Em lance típico de centroavante, Edno ganhou uma bola na entrada da área e mandou forte no canto esquerdo de Camilo.
No segundo tempo, o Leão melhorou em todos os aspectos e jogou o suficiente para virar o marcador, mas falhou por afobação e pouca pontaria nas finalizações. De todo modo, o resultado foi satisfatório, diante de um adversário direto pela classificação à próxima fase.
O dado mais significativo foi a atitude destemida do time na etapa final, procurando sempre o gol, sem se acomodar com o empate. Os principais jogadores voltaram a atuar em bom nível, repetindo o que havia sido feito na partida anterior, contra o Fortaleza (CE) em Belém. Ciro, Edno, Marcinho e Eduardo Ramos se movimentaram muito bem, trocando passes com rapidez e envolvendo por várias vezes a marcação americana.
Ao contrário dos primeiros 45 minutos, quando o Remo exagerou na lentidão e poderia ter se complicado contra um empolgado América (RN), apresentando alguns desajustes na marcação, a etapa final confirmou o amadurecimento do esquema azulino. Só faltou calma em alguns momentos para liquidar a partida e um pouco mais de tranquilidade para valorizar a posse de bola.
Ainda assim, o Remo foi superior e a entrada de Marcinho foi fundamental para que o time ganhasse estabilidade criativa no meio. No lugar de Hériclis, que novamente oscilou muito, Marcinho se encarregou de comandar os contragolpes e fez isso muito bem.
No total, foram 5 contra-ataques fulminantes, que poderiam ter resultado em gol. Por volta dos 25 minutos, Eduardo Ramos disparou um chute cruzado da entrada da área que obrigou o goleiro Camilo a uma excelente defesa. Edno perdeu duas chances dentro da área e Ciro também teve boa oportunidade para definir.
Do lado americano, a surpresa foi Thiago Potiguar. Rejuvenescido depois de uma passagem apagada pelo Baenão há 2 anos, o meia-atacante virou peça fundamental no América (RN) e comandou o time no primeiro tempo. Na etapa final, acabou cansando e pouco produziu diante da marcação imposta pelo Remo.
É importante destacar o rendimento do zagueiro Henrique, que fez sua melhor atuação da temporada e comandou a zaga. No geral, o Remo começa a ajustar setores importantes, como defesa e meio-campo, dando ao ataque mais munição do que normalmente acontecia.
Com a bola, o time já sabe o que deve fazer. As saídas são rápidas e objetivas. Falta acertar o posicionamento de Wellington Saci e Levy, que ainda exageram em certos lances, quando poderiam cruzar e aproveitar a desarrumação dos adversários. São, no entanto, pontos que podem ser facilmente corrigidos.
Por ora, o técnico vai ajustando as linhas, reforçando a marcação e encontrando os caminhos para o ataque. Ao contrário de seus antecessores, Marcelo Veiga e Leston Junior, que não conseguiram montar um time. Com Waldemar, o Remo passou a ter organização e confiança. Isto faz toda a diferença!
Blog do Gerson Nogueira, 18/07/2016