Na terça-feira (03/01), Manoel Ribeiro completa 1 mês como presidente do Remo. Vencedor do último pleito, em embate com André Cavalcante, Ribeiro foi escolhido pelos associados remistas que depositaram confiança na sua larga experiência e vivência dentro do clube, tendo feito sucesso nas décadas de 70 e 80, quando ganhou o apelido de “Marechal da Vitória”.
É com esse adjetivo que Manoel Ribeiro se propôs a trabalhar pelo Remo, sobretudo pela restauração moral e financeira do Leão, sendo este último item, o mais danoso e que vem corroendo o clube há anos. A cada gestão, as dívidas se multiplicam, ameaçando o patrimônio azulino, quase todos atualmente sob penhora.
De maio de 2015 a janeiro de 2016, Manoel Ribeiro acumulou os cargos de presidente do Conselho Deliberativo e do Conselho Diretor. Com a eleição de André Cavalcante para o Codir, Ribeiro voltou ser apenas presidente do Condel. No fim do mandato de Cavalcante, Manoel Ribeiro se lançou candidato, opondo-se à reeleição de André, que havia apoiado em janeiro.
Com o apoio dos “cardeais”, beneméritos, conselheiros, e associados em geral, Manoel Ribeiro ganhou a disputa. Hoje, ele está conhecendo de fato os problemas do Leão e diz não ter ainda uma dimensão da situação administrativa e financeira do Remo, pois a cada dia surgem coisas novas.
“O Remo é uma caixa de segredos. A cada dia surgem coisas novas, algumas absurdas. A gente está tentando descobrir tudo que aconteceu com o Remo para saber como resolver esses casos. É muita coisa escondida e algumas absurdas. Estamos naquela de ‘pés no chão’, trabalhando para diminuir o caos financeiro. Não podemos gastar mais do que se arrecada. Esse é o grande problema do Remo”, disse.
“Para se ter ideia da problemática, não encontramos nenhum centavo em caixa, mas foram deixados 6 meses de salários atrasados dos funcionários e dos jogadores e acordos com atletas inaceitáveis para a situação econômica do Remo. São dívidas imediatas e que vão se acumulando. O débito é muito grande e a tendência é aumentar, se não houver novos acordos”, declara o gestor azulino.
Na Justiça do Trabalho, estão surgindo mais reclamações trabalhistas. A última foi a do ex-técnico Waldemar Lemos. Antes, chegou a de Fred Gomes, ex-executivo de futebol e dos jogadores Fernandinho, Michel Schmöller, Wellington Saci, Yuri, entre outros, que fizeram parte da equipe de 2016.
“Muitas dessas ações serão contestadas. Vamos ver como resolveremos os problemas. Estamos procurando encontrar esses contratos para ter uma base nos argumentos”, falou.
Sobre o executivo de futebol Fred Gomes, que diz ter recebido uma promessa de pagamento do ex-presidente André Cavalcante, Ribeiro retrucou.
“Se há promessa de se pagar quando não se tem receita, é uma ignorância. Não temos essa determinação. Seria bom se ele (Fred Gomes) viesse falar com a gente, como veio o pai do Eduardo Ramos, para discutirmos o assunto e termos o caminho viável das coisas. Dialogando, se acerta muitos casos”, comentou.
“Estou na sede todos os dias, trabalhando com honestidade e querendo ajudar o Remo. Tenho muita dignidade para falar sobre a situação caótica em que recebi o Remo. Não sou milionário, mas naquilo que posso fazer, farei para o tirar o Remo dessa masmorra”, enfatiza Manoel Ribeiro.
Existem comentários nas redes sociais de que o presidente Manoel Ribeiro acabaria com o programa de sócio-torcedor Nação Azul, uma das poucas unidades rentáveis da agremiação.
“Nada disso! Não falei e nem comentei tal assunto. Nada vai acabar no Remo. O projeto vai receber uma nova implementação. Tudo que tem aqui é para crescer, não diminuir. Agora, vai sofrer mudanças, é verdade”, afirma.
Engenheiro civil, Manoel Ribeiro, 81 anos, tem histórico de ação dentro do Leão Azul pelo seu empenho em favor do clube. Voltar à cadeira presidencial remista é um desafio, que Manoel Ribeiro promete vencer com trabalho, determinação e ousadia.
ORM News, 31/12/2016