Em 2017, com bloqueio mantido de 30% da bilheteria e de 100% dos patrocínios da Funtelpa e do Banpará, o Remo terá as despesas resumidas ao programa de Sócio-Torcedor Nação Azul e 70% das bilheterias dos jogos em que for mandante. Terá ainda as inexpressivas cotas de TV da Copa Verde e algumas fontes pouco significativas, como aluguéis e royalties.
Como terá que pagar débitos salariais deste ano e cumprir acordos trabalhistas, o clube cairá nas mãos do próximo presidente no “vermelho”. Só a torcida poderá bancar o Leão, desde que o time valha a pena.
Nesta temporada 2016, o Remo fez sucesso nas arquibancadas, mas só lucrou R$ 1,7 milhão em 9 meses, entre bilheteria e cotas de TV. Tomando esses números como referência, o próximo comandante do Leão Azul deve saber do limite orçamentário, não podendo repetir o erro das últimas gestões (incluindo de André Cavalcante), que contraíram folhas salariais acima das possibilidades financeiras do clube.
Ao mesmo tempo, como só a torcida pode bancar o clube nas bilheterias e no programa Nação Azul, a receita só virá com um time vitorioso. Como o Remo terá que contratar cerca de 15 jogadores e uma nova comissão técnica, o futuro estará por conta dessas contratações. O orçamento apertado pede contratações cirúrgicas e uma base regional. A outra saída é a conquista de novos patrocínios, para elevação dos investimentos, o que irá depender fundamentalmente do prestígio dos novos dirigentes.
As contas que se desenham tão adversas para o Leão Azul, podem se tornar muito favoráveis se o time for vencedor em 2017, indo às finais do Parazão, Copa Verde e Série C. Afinal, a torcida tem mostrado sua força e sua carência de um time digno. Por isso, formar um time competitivo, dentro da realidade financeira do clube, é o principal desafio da próxima diretoria.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 14/10/2016