A missão de reerguer o Nação Azul

Na última terça-feira (14/11), após portaria assinada pelo presidente do Clube do Remo, Manoel Ribeiro, João Nazareno Mota, 62 anos, foi nomeado como novo diretor do programa de sócio-torcedor Nação Azul. João substitui Glauber Pontes, que optou por ficar à frente apenas do Departamento de Marketing da instituição.

João Mota se une à equipe de diretores administrativos da agremiação azulina depois de atender ao pedido do diretor financeiro do Leão, Haroldo Picanço. Assumindo o cargo na quinta-feira (16/11), o agora responsável pelo Nação Azul terá como missão reerguer o setor que esteve praticamente desativado, ao longo desse ano, de imediato. De acordo com o próprio, esse será o seu principal objetivo nos próximos meses.

Diferentemente do ano passado, quando o Nação Azul chegou a ser um dos programas voltados aos torcedores com maior destaque no pais, ocupando, inclusive o Top-15, com pouco mais de 16 mil cadastrados adimplentes, neste ano, o departamento teve uma grande derrocada. Hoje, o número de pagantes mal chega 1 mil. A queda nas estatísticas da torcida com o setor está diretamente ligada com a insegurança e à falta de credibilidade, atrelada à péssima temporada do futebol profissional em 2017. Entretanto, segundo João Mota, sua entrada será exclusivamente para reverter esse cenário.

“Sei que todos falam isso, mas chego para somar. Meu papel é para ajudar e muito o Clube do Remo. Não tenho dúvida que vamos fazer um Nação Azul forte, transparente e de sucesso. Sabe por quê? Porque não será apenas eu, seremos nós. Todos da diretoria estão motivados para o crescimento. Sou desprovido de vaidade e nosso objetivo é beneficiar o clube e somente o clube”, disse, confiante, o novo diretor remista.

Mesmo com poucos dias à frente da pasta, o diretor já tem planos em mente. Com experiência no departamento, em que também foi responsável em 2015, sob a curta gestão ex-presidente Pedro Minowa, João utilizará de mecanismos positivos do passado para vingar, em um primeiro momento, nessa nova caminhada.

“É tudo muito recente, Já estou assumindo, mas ainda estou coletando os projetos do Glauber e de outros diretores. Temos pouco tempo até a virada do ano, por isso nossa concentração é 2018. Só que 2017 não está perdido. Existem coisas simples, mas eficazes, que comovem e fazem bem ao torcedor. Sorteios, até mesmo bilhetes de final de ano, são demonstração de interesse, por exemplo. Estamos elaborando uma maneira certeira de conquistar o torcedor, que em breve vamos divulgar”, destacou.

[colored_box color=”yellow”]Lado a lado com o Marketing

Mesmo abdicando do seu cargo de diretor do Nação Azul, Glauber Pontes ainda seguirá como responsável pelo marketing do Clube do Remo e os dois setores continuarão andando juntos. Para Glauber, tanto marketing quanto o Nação Azul serão duas vitrines de exploração da marca Remo.

“Não podemos mais pensar o Remo, que é um clube de massa, apenas como um time de futebol. Por isso, o marketing e o Nação Azul precisam andar juntos, até pela força que podem dar ao Remo, aumentando a visibilidade e principalmente a credibilidade”, explicou.

Completando o pensamento do colega, João Mota destaca que os desenvolvimentos dos departamentos serão feitos em paralelo.

“Nas redes sociais, muita gente achou que eu estava puxando o tapete do Glauber, mas foi ele que decidiu dividir as tarefas. Estamos unindo forças e não subtraindo. O marketing e o Nação Azul andarão juntos. Por isso, peço que todos acreditem no nosso trabalho e fortifiquem o Remo. Queremos ser uma ferramenta de exposição do Remo, voltada a transparência e ao alto grau de profissionalismo”, ponderou João Mota.[/colored_box]

Departamento vai controlar a arrecadação

O Nação Azul, programa de sócio-torcedor do Clube do Remo, nos últimos anos, veio fazendo parceria na supervisão das atividades administrativas e financeiras com a empresa “Meu Bilhete”, de Goiás. No entanto, nos últimos meses, a parceria acabou ocasionando alguns contratempos para a agremiação azulina.

Pelo fato da matriz da empresa ser localizada em outro Estado, a comunicação entre as partes acabou ficando muito entrecortada, fazendo com que as decisões do departamento ficassem apenas a critério da empresa. De acordo com João Mota, essa situação desconfortável tem data para terminar.

“A arrecadação será controlada por nós, o que é o principal. Sobre o sistema, eles continuarão assumindo, mas teremos mais autonomia e participação. Ainda esse ano vamos colocar isso em ordem. Já teve uma reunião sobre isso com os diretores e ainda vão me repassar todas as informações mas, certamente, nossa participação será ainda mais essencial”, explicou o diretor.

Esse cuidado com as decisões e, sobretudo com os assuntos financeiros, de acordo com João, será redobrado, uma vez que o Nação Azul irá impactar diretamente com o futebol do Clube do Remo.

“Todos os investimentos dos sócios serão destinados ao futebol e é o que tem que ser feito. O torcedor investe no clube, para melhorias, mas pensando primeiramente no futebol. Nossa margem de erro para o futuro do departamento é menor que zero, porque não iremos trabalhar pensando no erro. Vamos trabalhar para vencer e fazer o melhor para o torcedor e para o clube”, ponderou o diretor azulino.

[colored_box color=”yellow”]Diretoria terá um trabalho árduo pela frente

Mesmo com otimismo e vislumbrando um cenário positivo, o novo diretor do Nação Azul sabe que terá uma grande batalha pela frente. Pois, para fortificar o programa, primeiro, João Mota terá de reconquistar a confiança do torcedor azulino, que anda meio desconfiado com a instituição. Contudo, mesmo com a situação delicada, Mota utilizará da sua experiência para reverter esse cenário, além do próprio amor do Fenômeno Azul para elevar o departamento.

“A missão vai ser árdua, estou ciente quanto a isso, mas o torcedor do Remo, por natureza, possui o dom de amar o clube e vamos enaltecer isso. Por exemplo, em 2015, o Remo fez um amistoso em Uberlândia (MG) e sorteamos dois sócios para irem conosco. Foi sensacional! Todos eles foram bem tratados. Foram conosco, se hospedaram conosco, se alimentaram conosco. É isso que precisa ser feito, ter cuidado e atenção com eles, para que nos ajudem nessa missão”, planeja.

Esse cuidado realmente precisa ser feito. De acordo com o torcedor Cássio Alves, nesse momento, o Remo gera um pouco de desconfiança para qualquer investimento.

“O problema não é ajudar o time. Todos sabem que ajudamos e não é pouco. O problema é quando não vemos resultado no investimento. Pagar a mensalidade com a certeza que teremos benefícios e uma resposta no campo seria perfeito, mas não vimos isso nos anos passados. Esperamos que agora, com esses novos diretores, as coisas mudem”, disse o torcedor.[/colored_box]

Diário do Pará, 19/11/2017