Allan Dias
Allan Dias

A lista de profissionais, somente da temporada 2016, que acionaram a Justiça para cobrar o Remo continua crescendo. Depois de Wellington Saci, Fernandinho, João Victor, Max, Luiz Carlos “Imperador” e até o executivo Fred Gomes, mais 2 jogadores seguiram o mesmo caminho e o Leão poderá sofrer um baque financeiro de aproximadamente R$ 300 mil.

O meia Allan Dias e o goleiro Douglas Borges alegam salários atrasados, o não pagamento de férias, 13º salário e demais encargos trabalhistas. Segundo informações coletadas no processo, a remuneração de ambos na CTPS não correspondia ao valor real dos vencimentos acordados com a então diretoria, na gestão de André Cavalcante.

“São dois processos idênticos: primeiro a questão salarial, que ambos recebiam um pequeno valor registrado na carteira e a esmagadora maior parte era paga como direito de imagem, o que é proibido pela lei. A lei determina até 40% do valor total da remuneração do atleta e no caso deles chegou a quase 80%. Pedimos também que o valor da imagem seja reconhecido como salário e que todas as verbas pleiteadas sejam deferidas sob o valor total do salário e não apenas a pequena parte da CTPS. Com base nisso, chegamos ao montante de R$ 173 mil do Allan Dias e R$ 137 mil do Douglas Borges”, pontua Filipe Rino, advogado dos atletas.

Rino esclarece que dos R$ 21 mil de salário de Allan Dias, apenas R$ 5 mil estavam registrados em carteira. No caso de Douglas Borges, do valor total de R$ 14 mil, somente R$ 4 mil constavam na CPTS. O advogado explica também que, após a eliminação do Remo na Série C do Brasileirão, seus clientes aceitaram um acordo proposto pela diretoria, mas este também não teria sido cumprido.

“A lei é clara quando não é respeitado esse limite do direito de imagem e nós esperamos pela nulidade do contrato de imagem. Tem outros agravantes. Eles estavam chegando ao 4º mês de salário atrasado. O clube propôs um acordo para assinatura da rescisão e eles, sem alternativas, assinaram com a promessa de que receberiam os períodos trabalhados. Isso também o Remo sequer pagou”, concluiu.

Procurado, o atual diretor jurídico do clube, Gilmar Nascimento, afirmou que a atual administração ainda não foi notificada oficialmente sobre a situação da dupla. No entanto, o advogado azulino confirmou o recebimento de várias ações semelhantes originárias da gestão passada.

“Acabei de sair da sede social e ainda não fomos notificados oficialmente sobre o caso dos dois jogadores, mas a todo o momento temos recebido demandas por acordos não cumpridos na gestão anterior”, adiantou Nascimento, ao ser questionado sobre a ação.

Globo Esporte.com, 31/01/2017