Apesar da falta de entrosamento e do baixo rendimento da maioria dos estreantes, o Remo saltou uma fogueira ao estrear na Série C, neste domingo (14/05). Contra o Fortaleza (CE), principal adversário na luta pela classificação, o time de Josué Teixeira resistiu como pôde às investidas do visitante e acabou chegando à vitória com um gol de pênalti, na metade do segundo tempo.
Inteiramente modificado em relação ao time que disputou a final do Parazão, com 7 novidades na escalação, era natural que surgissem problemas de sincronização entre defesa, meio e ataque. Só não se imaginava que os jogadores errassem tanto nos passes e desarmes.
Durante o primeiro tempo, o Fortaleza (CE) foi bem mais presente ofensivamente, com ataques perigosos e que só não resultaram em gol pela boa presença do zagueiro Bruno Costa – o melhor dos novatos – e também por uma crônica dificuldade de finalização dos atacantes cearenses.
Ainda assim, logo no começo do segundo tempo, Hiago perdeu uma oportunidade clara de gol após descuido de marcação da defesa remista. Aos 28 minutos, já com Gabriel Lima em campo, substituindo Mikael, surgiu o gol azulino.
O lance nasceu de um chutão de Tsunami em direção ao ataque. Edgar recebeu antes da linha do meio-campo, avançou com a bola e foi derrubado por um zagueiro quando ia finalizar. Nino Guerreiro cobrou o pênalti e botou o Remo em vantagem.
De maneira geral, estreias são naturalmente difíceis, principalmente contra adversários tradicionais, mas o excesso quase complicou a vida do Leão. Reformulado e de técnico novo (Paulo Bonamigo), o Fortaleza (CE) teve domínio das ações e demonstrou maior aproximação entre os setores.
O Remo não encaixou nenhuma boa jogada de aproximação. Daniel Damião errou muito na lateral-direita e Tsunami se afobava nas jogadas pela esquerda. No meio, Danilinho limitou-se a passes laterais e não pareceu ser o camisa 10 capaz de arrumar o setor de criação. Kaio Wilker, que o substituiu, também não mostrou rigorosamente nada.
O Fortaleza (CE) só não foi mais perigoso porque seus atacantes eram dispersivos demais e quase não arriscavam chutes de fora da área.
Ficou para o Remo, além do grande resultado, a certeza de que muitos dos atletas que disputaram o Estadual ainda terão utilidade na Série C. Dos estreantes, só Bruno Costa e Nino Guerreiro mostraram qualidades. Edgar foi, de novo, o jogador mais decisivo, sempre um nível acima dos demais.
Blog do Gerson Nogueira, 15/05/2017