Sampaio Corrêa-MA 1x1 Remo (Flamel e Gabriel Lima)
Sampaio Corrêa-MA 1x1 Remo (Flamel e Gabriel Lima)

Antes de entrar na análise do jogo, abrimos uma janela para citar jogadores que o Remo revelou e depois perdeu sem a devida contrapartida financeira: Rony, Betinho, Reis, Cicinho, João Victor, Jhonnatan, Levy, Thiago Cametá, Ameixa… No elenco atual, a base se faz presente através de Tsunami, Igor João, Lucas Victor, Jayme e Gabriel Lima.

Foi este último que safou o Leão, nesta segunda-feira (03/07) à noite, em São Luís (MA). Aliás, Gabriel foi decisivo pela segunda vez consecutiva – havia feito o gol da vitória no jogo contra o Moto Club (MA), na rodada anterior.

Gabriel tem se mostrado útil, desembaraçado e bom finalizador sempre que teve oportunidade de jogar. Curiosamente, ganhou chance pelas mãos do ex-técnico Josué Teixeira, mas também foi através dele que ficou relegado à suplência.

A condição de reserva é circunstancial no futebol e ninguém está livre disso, mas no caso específico de Gabriel (e do Remo), revela-se injusta e descabida. Ele foi sacado da equipe por Josué para que o recém-contratado Mikael pudesse entrar. Como se sabe, o preferido do treinador não conseguiu emplacar, apesar das insistentes escalações.

Gabriel também foi preterido para que Rony – outro “reforço” – fosse aproveitado. Nenhum dos atletas citados é superior ao jovem atacante, mas a sina que persegue o jogador “prata da casa” falou mais alto e nenhum diretor do clube se manifestou para impedir o absurdo.

No estádio Castelão, o Remo cumpria mais uma jornada de erros em cascata: o passe é ruim, uma marcação que não se impõe, transição defeituosa e atacantes esquecidos na frente. Nada de novo, como se vê.

O primeiro tempo teve um Sampaio mais ousado, embora limitado pela má qualidade dos jogadores. O Remo, que podia aproveitar a ansiedade dos maranhenses, pouco ia à frente. Mostrava-se tímido para explorar contra-ataques, aparentemente conformado em garantir o empate.

Com 3 volantes (Ilaílson, João Paulo e o “incrível” Marcelo Labarthe) que não acertavam o bote e nem passavam direito, o time ficava exposto e só não tomou gol porque o Sampaio conseguia ser mais atrapalhado ainda.

Na etapa final, já sem Labarthe (substituído por Flamel), tudo parecia encaminhar para o 0 a 0, até que uma bola quase perdida pela direita do ataque maranhense resultou em pênalti de Tsunami, que atuava improvisado por ali. A falta nem foi tão explícita, mas revelou a precipitação que marca as últimas atuações do defensor azulino.

Logo a seguir, o Remo ficou sem Léo Rosa, expulso ao receber o segundo cartão amarelo por empurrar um adversário bem na frente do árbitro. Não fez falta ao time porque Léo pouco produzia. Canindé recompôs a linha defensiva deixando Tsunami como terceiro zagueiro.

Com um a menos e perdendo o jogo, o técnico azulino finalmente mexeu no ataque. Pimentinha foi lançado no lugar de Edgar (lesionado) e Gabriel Lima substituiu Eduardo Ramos. A movimentação continuou deficiente, pois Flamel não entrou bem e o estreante Luiz Eduardo ficava sem função no ataque.

Foi quando veio a jogada salvadora, providencial e feliz de Gabriel Lima, que recebeu a bola junto à área, passou por um marcador, se livrou de outro e bateu forte, no canto direito da trave do Sampaio. Só mesmo um lance inesperado seria capaz de fazer o Remo chegar ao gol e isso só seria possível pelos pés de um jogador que ainda tem coragem de arriscar. O atrevimento ainda produz milagres no futebol.

Blog do Gerson Nogueira, 04/07/2017