Marcado por gols decisivos, o atacante João Victor se despediu de vez do Remo nesta quinta-feira (01/06) e falou sobre as experiências vividas no Leão, lesões e falta de aproveitamento no Baenão, proposta do Paysandu e a chance de jogar fora do Brasil.
João Victor Cunha Borges nasceu em Belém, começou a vida no futebol na base do Paysandu e teve sua primeira experiência como profissional ainda aos 16 anos, em 2011, pela Tuna. No mesmo ano, foi para o Goiatuba (GO) também como profissional.
Na sequência, foi para o Santos (SP) e ficou nas categorias de base do Peixe até 2014, quando teve uma pequena passagem pelo Grêmio Anápolis (GO) e voltou ao Pará através do Tapajós.
Aos 22 anos, João Victor foi para o Remo em 2015 após chamar atenção do então técnico remista Zé Teodoro, em um jogo amistoso. Na ocasião, o atacante defendia o Tapajós, de Santarém, e foi convidado para integrar o profissional azulino.
Ele chegou a ser relacionado para partidas ainda naquele ano, mas só estreou de fato em 2016, quando jogou 6 partidas e marcou 1 gol. No mesmo ano, jogou a Segundinha do Estadual pelo Castanhal e foi artilheiro da competição com 9 gols em 6 partidas.
Em 2017, entrou em campo 4 vezes pelo Leão e anotou 1 gol, contra o Independente, na semifinal do Parazão.
“Tive grande aprendizado, tanto profissional, quanto pessoal, no Remo. Passei a viver situações internas e conviver com atletas experientes, além de aprender a jogar em um time de massa, que dá um ânimo a mais para qualquer jogador. Vejo minha passagem pelo Remo como positiva. Saio de cabeça erguida e com a sensação de dever cumprido. As oportunidades que tive, dei o meu melhor com gols e participações decisivas e procurei honrar essa camisa da melhor maneira possível. Agora, sigo minha vida e espero que o clube saia dessa situação, porque não merece”, falou.
De forma extra-oficial, João Victor tinha um contrato de R$ 2 mil no Leão e recebeu proposta de aumento para R$ 5 mil, mas com contrato por produtividade. Se aceitasse, o atacante seria o único atleta azulino com contrato neste formato, mas descartou e não renovou vínculo com o clube, que expirou no final de maio.
A justificativa da diretoria de futebol do Remo para propor um contrato por produtividade para o atleta foi a frequência de lesões que o mesmo apresentou desde 2015. João Victor rebateu a imagem de “jogador de vidro” e disparou contra a estrutura fornecida pelos azulinos.
“Não tive lesões como falam. Em 2015, foi uma lesão, só que ligamentar, que acabou com meu ano. Em 2016, estava bem e ganhando uma sequência quando sofri aquela fratura no punho, ou seja, fatalidades nos 2 anos. Neste ano, tive 3 lesões musculares, só que muito mais por falta de estrutura do clube. Toda vez que tentava voltar, sentia de novo. Percebi que, se continuasse, não sairia do DM, porque a fisioterapia e o fortalecimento que estava tendo no Remo não estavam sendo suficientes. Foi nesse momento que pedi para o doutor Ricardo Ribeiro para ser tratado em uma clínica particular. Foi rápido que fiquei bem e sem dor”, disse.
Vale lembrar que casos de reincidência de lesões musculares no Remo chamaram a atenção neste ano. Além de João Victor, o volante Renan Silva (já dispensando, mas ainda tratando da lesão no Baenão) e o meia Flamel também tiveram casos de retorno prematuro ao DM.
Recém-contratado pelo Remo, o preparador físico Walter Grassmann falou sobre isso em sua apresentação oficial e prometeu corrigir o problema.
João Victor foi especulado como um dos atletas nos planos do Paysandu. O atleta negou, mas revelou que já havia sido procurado pelos bicolores no início desta temporada.
“Hoje, não tem nada do Paysandu. Só teve no início do ano. Houve uma proposta, só que preferi ficar no Remo por acreditar que teria mais oportunidades de jogar, já que o clube estava no projeto de apostar nos jogadores daqui. Infelizmente, não deu certo e o projeto mudou completamente de uma hora para a outra, mas isso não cabe a mim explicar. Estou de saída do clube, mas com um sentimento muito forte de gratidão por tudo que vivi no Remo”, falou.
O futuro do centroavante deve ser mesmo Portugal, onde já tem paraenses fazendo sucesso o atacante Welthon e o zagueiro Raul, ambos com passagem pelo Leão.
“Estamos conversando com um grupo de investidores e está tudo em encaminhado. Só não tem um clube definido para jogar ainda. Aqui no Brasil não tem nada. Minha única proposta é essa, em Portugal. Estou feliz e animado para jogar lá e conhecer uma nova forma de trabalhar. Será uma grande experiência para mim”, concluiu.
Portal ORM, 01/06/2017